Eraldo Fortes tenta roubar a cena em ato do PCCS e leva invertida de procuradora
Após sete anos de omissão na gestão Léo Bortolin, ex-secretário e agora vereador da oposição tenta faturar politicamente em cima do plano que a gestão Sérgio Machnic finalmente está começando a construir do zero Foto: NMT
Se há algo que não muda na política é o personagem que chega no fim da festa, puxa o microfone e tenta dizer que o bolo foi ideia sua. Foi o que fez o vereador Eraldo Fortes (PSB) nesta quarta-feira (11), durante a cerimônia de assinatura do decreto que institui as comissões responsáveis por elaborar o novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Prefeitura de Primavera do Leste.
Homem de confiança da gestão Léo Bortolin (MDB), da qual foi secretário de Saúde até março de 2024 e também coordenador da mesma pasta, Eraldo ocupou cargos estratégicos ao longo dos sete anos de governo anterior. E foi justamente essa gestão que prometeu um PCCS, iniciou um estudo, mas nunca concluiu.
Agora, como vereador da oposição, tenta se apropriar da pauta da valorização dos servidores e cobrar providências de um estudo que, além de incompleto, era malfeito — porque deixava a maioria dos servidores de fora.
“O que o jurídico vai fazer com o estudo que foi feito na gestão passada?”, perguntou Eraldo em tom dramático, como se exigisse respeito a uma relíquia técnica — quando, na verdade, se tratava de um plano limitado, restrito apenas a médicos, enfermeiros e dentistas.
Um PCCS excludente e inacabado
De fato, no fim da gestão passada, houve um início de estudo para um PCCS. Mas o que se viu foi uma proposta voltada exclusivamente à elite da saúde, ignorando técnicos, maqueiros, auxiliares, servidores da educação, da infraestrutura, da assistência social e tantas outras categorias que mantêm a máquina pública funcionando.
Esse plano jamais chegou a ser finalizado. E agora, quem fez parte dele aparece cobrando que ele seja reaproveitado — como se fosse um legado a ser salvo.
O que mudou com Machnic?
O prefeito Sérgio Machnic (PL) deu hoje o start oficial de um novo processo, com a assinatura do decreto que cria as comissões que farão, de fato, o estudo técnico do PCCS. E deixou claro: só aceitou assinar porque o compromisso é com todos os servidores, de todas as secretarias — não apenas com uma classe.
“Já houve um pré-estudo na saúde, mas deixava muita gente de fora. Eu disse: se não for para prestigiar todos, eu não assino. E hoje está assinado”, declarou Machnic.
A proposta da atual gestão é um PCCS universal, com critérios técnicos, jurídicos e orçamentários que garantam justiça funcional e reconhecimento a quem realmente toca a estrutura pública no dia a dia.
Procuradora encerra a encenação
Coube à procuradora-geral do município, Tainara Ravanello, colocar a discussão no devido lugar — defendendo a mesma linha do prefeito: um plano abrangente, para todos os setores e funções da Prefeitura.
“O plano que veio da gestão anterior era limitado à elite da saúde. Maqueiros, técnicos, administrativos ficaram de fora. Tramitar dois PCCS separados pode gerar conflito na gestão financeira e distorções salariais.”
“O que a gestão do prefeito Sérgio Machnic quer — e o que estamos construindo — é um PCCS unificado, justo, transparente e voltado para todos os servidores públicos da Prefeitura, em todas as secretarias”, completou Tainara.
É inevitável o contraste. A gestão passada passou sete anos sem entregar um PCCS. O que começou, começou mal. E o que não terminou, hoje vira objeto de cobrança por quem estava lá — mas não fez. Já a atual gestão dá início, com responsabilidade, a um processo amplo, democrático e transparente, que respeita o servidor da base ao topo.
Em tempo: se o vereador Eraldo Fortes quiser realmente contribuir, que o faça quando o projeto chegar à Câmara. Porque cobrar um plano malfeito que ele mesmo ajudou a iniciar — e abandonar — não é exatamente o exemplo de coerência que Primavera espera ver.