• 5 de junho de 2025
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ESPECIAL

Com novo terminal da Rumo, Primavera do Leste projeta dobrar população e triplicar arrecadação em uma década

De 59 mil habitantes em 2017 para mais de 92 mil em 2024, cidade vive ciclo de expansão que deve se acelerar com chegada da ferrovia; impacto pode repetir salto de Rondonópolis após o Porto Seco
Foto: Reprodução

Primavera do Leste está prestes a viver um novo salto de desenvolvimento. Nos últimos sete anos, a cidade cresceu de forma consistente: segundo dados do IBGE, a população passou de 59.293 habitantes em 2017 para 92.927 em 2024, um crescimento superior a 56% no período — média de quase 8 mil novos moradores por ano.

Esse avanço populacional veio acompanhado de aumento na arrecadação municipal, puxado pelo dinamismo do agronegócio, da construção civil e do comércio. Em 2017, segundo dados oficiais da Prefeitura, a arrecadação total foi de R$ 274 milhões. Para 2025, a previsão orçamentária já ultrapassa R$ 651 milhões, representando uma alta de mais de 137% em apenas oito anos.

Mas a expectativa é que esse ritmo se acelere fortemente nos próximos anos, impulsionado por um fator logístico decisivo: a instalação de um terminal ferroviário da Rumo Logística nas proximidades do município.

O “efeito Rondonópolis” prestes a se repetir

A comparação com Rondonópolis é inevitável. A cidade vizinha experimentou um salto histórico em sua economia e arrecadação após a instalação do Porto Seco da ALL (hoje Rumo), ainda no início dos anos 2000. O município tornou-se um dos maiores polos de escoamento de grãos do Brasil, atraindo centros de distribuição, armazéns, tradings e indústrias.

Em termos populacionais, Rondonópolis saltou de 150.227 habitantes em 2000 para 244.911 no Censo 2022, segundo o IBGE. E a estimativa mais recente de 2024 já aponta 259.167 habitantes, consolidando um crescimento de mais de 72% em pouco mais de duas décadas — um dos maiores entre cidades médias do Centro-Oeste.

Na arrecadação municipal, o salto foi igualmente expressivo: de orçamentos inferiores a R$ 500 milhões nos anos 2000, Rondonópolis passou a operar com R$ 2,1 bilhões em 2023 e previsão de R$ 2,19 bilhões para 2025. O município se tornou referência nacional de crescimento sustentável baseado em logística e agroindústria.

Em Primavera do Leste, a estrutura que está sendo construída pela Rumo possui 2 milhões de metros quadrados, com previsão de entrada em operação em 2026, e capacidade estimada para movimentar até 10 milhões de toneladas de grãos por ano. O terminal irá operar cargas de soja, milho, algodão e outros produtos da cadeia agroindustrial do sudeste de Mato Grosso — área onde Primavera já se consolidou como um dos maiores centros de produção e comercialização.

Projeções para os próximos 10 anos

Especialistas em logística e desenvolvimento regional já apontam que, caso o modelo de Rondonópolis se repita, Primavera do Leste poderá dobrar sua população até 2035, ultrapassando 180 mil habitantes, com um PIB local que pode triplicar e uma arrecadação municipal projetada acima de R$ 1,5 bilhão por ano, considerando os investimentos públicos e privados já em andamento.

Além do agronegócio, a cidade tende a se beneficiar de novos segmentos: logística, transporte, armazenagem, serviços industriais, tecnologia rural e geração de energia renovável, com expectativa de atração de cooperativas, cerealistas e centros de distribuição que buscam conexão ferroviária para exportação via Porto de Santos.

Fábio Parente: liderança estratégica no desenvolvimento

Secretário de desenvolvimento econômico Fabio Parente.

À frente da Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico, o secretário Fábio Parente tem exercido papel central na articulação com investidores, empresas e entes públicos para preparar Primavera do Leste para esse novo ciclo. Com perfil técnico e atuação proativa, ele tem liderado ações de mapeamento territorial, atualização de marcos regulatórios e estruturação de novos distritos industriais para receber empresas ligadas à logística e agroindústria.

Segundo Parente, o município já vive uma nova realidade e precisa se antecipar às transformações. “Nosso papel é criar um ambiente seguro, rápido e eficiente para quem quer investir. Estamos trabalhando na infraestrutura legal, fundiária, urbana e institucional para garantir que esse crescimento seja sustentável, com geração de empregos qualificados e valorização da mão de obra local”, destacou o secretário.

Fábio Parente também tem reforçado o diálogo com entidades de classe, associações comerciais, cooperativas, construtoras e representantes do setor produtivo. A meta, segundo ele, é fazer com que a Prefeitura não seja apenas um órgão fiscalizador, mas sim um agente indutor do desenvolvimento. “Temos que transformar esse potencial em realidade. E isso passa por gestão técnica, articulação política e muito trabalho.”

Qualificação e desafios

Para acompanhar esse salto, o município precisará investir fortemente em infraestrutura urbana, habitação, mobilidade, saúde e educação. O setor público já discute medidas para evitar gargalos no trânsito, especulação imobiliária desordenada e pressão sobre os serviços básicos. Também está no radar o aumento da demanda por mão de obra qualificada, especialmente em áreas técnicas e operacionais voltadas à cadeia logística.

Primavera no radar nacional

O movimento já chama atenção fora do estado. Grandes grupos nacionais do agro, incorporadoras e fundos de investimento estão monitorando o avanço do terminal da Rumo e os dados populacionais da cidade. O crescimento constante da arrecadação, aliado à posição geográfica estratégica e à pujança do setor produtivo, coloca Primavera do Leste como uma das principais apostas de expansão urbana e econômica do Centro-Oeste para os próximos 10 anos.

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