A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc), deflagrou na tarde de quinta-feira (29), a Operação Parakletos, com foco em desmantelar uma facção criminosa atuante tanto dentro quanto fora da Penitenciária Central do Estado (PCE). A ofensiva contou com apoio da Diretoria de Inteligência e da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus).
A operação ocorreu exclusivamente no interior da unidade prisional, onde foram cumpridas 13 ordens judiciais, sendo seis mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. Durante a ação, os policiais civis apreenderam porções de entorpecentes que estavam sob posse de detentos ligados à organização criminosa.
Facção operava mesmo com líderes presos
As investigações apontaram que integrantes da facção, mesmo encarcerados, mantinham uma atuação intensa na coordenação do tráfico de drogas, movimentações financeiras ilícitas e repasse de ordens internas e externas à estrutura criminosa. Um dos principais alvos da operação é considerado liderança ativa, que se comunicava com os comparsas por meio de aplicativos criptografados, realizava transferências bancárias e até gravava vídeos de dentro da cela, demonstrando o poder de articulação mesmo em reclusão.
Além dele, outros detentos com funções estratégicas dentro da facção também foram identificados, todos com responsabilidades que variavam entre logística do tráfico, contabilidade do grupo e comunicação com membros externos.
Parte da Operação Inter Partes e do programa Tolerância Zero
A Operação Parakletos integra a Operação Inter Partes, uma ofensiva contínua da Polícia Civil que faz parte do planejamento estratégico de combate às facções criminosas, dentro do escopo do Programa Tolerância Zero, lançado pelo Governo do Estado.
Segundo a Denarc, o foco da operação é atingir estruturas de poder criminoso organizadas dentro do sistema penitenciário, que continuam a influenciar e comandar ações ilícitas mesmo após a prisão dos líderes.
A Polícia Civil informou que as investigações seguem em andamento e que novas fases da operação não estão descartadas. O trabalho conjunto com a Sejus e o uso de inteligência policial foram considerados essenciais para o sucesso da ação.