Operação em MT combate comércio ilegal de combustível ligado a garimpo em terra indígena
Ação conjunta da PF, ANP, Funai e Força Nacional apreende 15 mil litros de diesel e mira rede criminosa que abastece extração ilegal na Terra Indígena Sararé Foto: Reprodução
A Polícia Federal participou nesta semana de uma operação de fiscalização contra o comércio clandestino de combustíveis nos municípios de Pontes e Lacerda e Conquista d’Oeste, no Mato Grosso. A ação, coordenada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), contou com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional, e teve como foco desarticular um esquema que estaria abastecendo garimpos ilegais no interior da Terra Indígena Sararé.
Com planejamento articulado entre os órgãos envolvidos, a operação teve como prioridade otimizar recursos humanos e financeiros, evitando sobreposição de esforços e ampliando o impacto das ações de fiscalização.
De acordo com a Polícia Federal, há indícios de que os combustíveis apreendidos estariam sendo desviados para sustentar a atividade de extração ilegal de minério, além de outras práticas criminosas na região da terra indígena. Durante a fase inicial da operação, agentes realizaram diligências em propriedades rurais que recebiam grandes volumes de combustível.
Na ação, foram apreendidos 15 mil litros de óleo diesel, armazenados e comercializados sem autorização da ANP. Também foi desmontado um sistema irregular completo de abastecimento. Todo o combustível apreendido será redirecionado para uso por órgãos públicos, atendendo a demandas comunitárias locais.
Na segunda etapa, os trabalhos se concentraram na fiscalização de uma empresa legalmente autorizada pela ANP a operar com combustíveis. O objetivo foi levantar dados que possam embasar a continuidade das investigações da PF, com foco em rastrear a cadeia de abastecimento que, direta ou indiretamente, abastece atividades ilegais em áreas protegidas.
Segundo a Polícia Federal, a operação busca não apenas identificar os operadores do esquema, mas também mapear e atingir os financiadores da rede criminosa. “Nosso objetivo é descapitalizar essas organizações que exploram ilegalmente a Terra Indígena Sararé, causando impactos ambientais irreversíveis e colocando comunidades em risco”, afirmou um dos responsáveis pela operação.
Além de combater a atividade ilegal, a ação tem um caráter estratégico: reunir provas para subsidiar futuras operações de repressão ao garimpo ilegal e ampliar a responsabilização de todos os envolvidos, direta ou indiretamente, na cadeia criminosa.
A operação reforça o papel da integração entre órgãos federais na proteção de territórios indígenas e no enfrentamento aos crimes ambientais que avançam sobre a Amazônia Legal.