• 28 de maio de 2025
#Polícia

OPERAÇÃO LUDIFICATUM

Polícia Civil de MT deflagra Operação Ludificatum contra fraudes em concursos públicos em mais 3 estados

Mandados são cumpridos em quatro estados; empresas familiares são suspeitas de manipular certames em vários municípios do país
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A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã desta terça-feira (27), a Operação Ludificatum, que tem como foco o combate a fraudes em concursos públicos realizados em diferentes estados brasileiros. A ação cumpre 12 mandados de busca e apreensão contra investigados ligados a empresas suspeitas de manipular processos seletivos, afetando a transparência e a legalidade dos certames.

A operação é coordenada pela Delegacia de Ribeirão Cascalheira (MT) e conta com o apoio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) do Mato Grosso do Sul, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) de Goiás e do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) do Paraná.

As investigações indicam que duas empresas controladas por familiares atuavam de forma irregular em diversos municípios, apresentando falhas graves que comprometem a lisura dos concursos. Foram detectadas evidências de compartilhamento de banco de dados de provas, questões idênticas entre certames distintos, e vínculos de favorecimento entre candidatos aprovados e agentes públicos locais.

Outro indício relevante é que os endereços informados pelas empresas não correspondem à sua real estrutura de funcionamento, abrigando, em alguns casos, outros negócios não relacionados à atividade de concursos. Além disso, nenhuma das empresas apresentou documentos comprobatórios de equipe técnica qualificada ou metodologia segura de elaboração e correção de provas.

A origem da operação foi uma denúncia feita pela Unidade de Controle Interno da Prefeitura de Ribeirão Cascalheira, relacionada ao concurso público nº 01/2024. O relatório apontava falhas no processo licitatório, prazo irregular para realização da seleção, contratação por dispensa de licitação e suspeitas de favorecimento de candidatos com ligação ao poder público municipal.

Casos anteriores envolvendo essas empresas também estão sob investigação. Em Caiapônia (GO), em 2020, uma empresa teria tentado subornar concorrentes para desistirem de uma licitação. Já em Gaúcha do Norte (MT), em 2021, houve confusão na aplicação da prova para o cargo de auditor interno, levantando dúvidas sobre a legalidade do certame.

Segundo o delegado Diogo Jobane Neto, responsável pelo inquérito, a ausência de critérios técnicos mínimos e a falta de estrutura legal das empresas levantaram preocupações graves. “A inexistência de banca examinadora formal, ausência de endereço fixo e de registros de profissionais responsáveis pela elaboração das provas tornaram evidente a necessidade de aprofundar as investigações”, explicou.

Os documentos e materiais apreendidos agora serão analisados para identificar o envolvimento de agentes públicos e dimensionar o alcance das fraudes. A operação segue em andamento.

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