Quadrilha de SP é indiciada por furto de R$ 300 mil em terminal bancário dentro da Prefeitura de MT
Operação Chave Mestra revela esquema interestadual com 13 envolvidos; valores foram transferidos para contas diversas em tentativa de lavagem de dinheiro Foto: Só Noticias
As investigações da Polícia Civil de Mato Grosso chegaram ao fim com o indiciamento de 13 criminosos de São Paulo por envolvimento no furto qualificado de R$ 300 mil de um terminal de autoatendimento do Banco Bradesco, instalado dentro da sede da Prefeitura de Sorriso, a 420 km de Cuiabá. O crime ocorreu no dia 22 de agosto de 2024 e teve um modus operandi sofisticado, envolvendo disfarces, uso de veículo alugado e movimentação bancária para tentar mascarar a origem dos valores subtraídos.
Conforme o inquérito da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), em parceria com a Delegacia de Polícia de Sorriso, seis dos acusados foram indiciados por furto qualificado, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Outros sete respondem por lavagem de dinheiro e receptação dos valores desviados.
A apuração contou com provas periciais que reconstruíram toda a logística do crime: desde o aluguel de um veículo em Mauá (SP), até o momento em que dois integrantes do grupo se passaram por técnicos de manutenção para acessar e arrombar o terminal eletrônico dentro da Prefeitura. A simulação foi convincente o suficiente para não gerar suspeitas, já que o caixa apresentava falhas frequentes, o que justificava a presença recorrente de técnicos no local.
A movimentação de valores também foi cuidadosamente rastreada: o montante furtado foi colocado em envelopes e distribuído entre diversas contas bancárias, numa tentativa de ocultar sua origem criminosa — estratégia que caracteriza o crime de lavagem de dinheiro.
Com o avanço da Operação Chave Mestra, deflagrada no dia 14 de maio, foram cumpridos 38 mandados judiciais, entre prisões, buscas, apreensões e bloqueios de contas nas cidades paulistas de Mauá, Araraquara e São Paulo (capital). A operação teve o apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) da Polícia Civil de São Paulo, que acompanhou as diligências diretamente em Mato Grosso.
O delegado Ronaldo Sayeg, chefe do DEIC-SP, esteve na capital mato-grossense para acompanhar de perto os desdobramentos e a conclusão do inquérito, agora enviado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.
As investigações também identificaram um terceiro homem envolvido diretamente na cena do crime, que atuava como olheiro e dava cobertura à dupla responsável pelo arrombamento. A atuação sincronizada do grupo evidenciou o alto grau de organização da quadrilha, com tarefas bem definidas e planejamento minucioso.
O caso, que chamou a atenção pela ousadia e pelo uso de artifícios para burlar a segurança institucional, reforça a importância da integração entre forças policiais de diferentes estados no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro em âmbito nacional.