• 7 de julho de 2025
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SEGURANÇA

Sargento Telles defende saúde mental da PM em audiência pública realizada em Rondonópolis

Evento reuniu autoridades, entidades e militares para discutir condições de trabalho; vereador de Primavera do Leste fez forte discurso pela valorização da tropa e da vida familiar
Foto: Assessoria

A Câmara Municipal de Rondonópolis sediou, nesta semana, uma audiência pública dedicada à valorização da Polícia Militar e à urgente necessidade de atenção à saúde mental dos policiais que atuam no Estado. A reunião contou com a presença de diversas autoridades, entre elas o vereador Sargento Telles (PRD), de Primavera do Leste, que também é policial militar e levou à tribuna um apelo contundente pela dignidade da categoria.

Em sua fala, Telles expôs as dificuldades enfrentadas diariamente pelos militares, não apenas em razão do risco inerente à função, mas especialmente pela sobrecarga emocional e familiar provocada pelas extensas jornadas de trabalho e pela ausência de políticas públicas eficazes voltadas à saúde mental.

“Por muitos anos, nós não tínhamos quem nos representasse no meio político. Tínhamos que abaixar a cabeça e aceitar o que o governo queria para nós. Hoje, esse retrato que vemos da saúde mental dos policiais está ligado diretamente ao tempo de dedicação. Para garantir o básico à família, o policial precisa recorrer a jornadas extraordinárias, atuar em convênios com prefeituras e muitas vezes abdicar da própria convivência familiar”, destacou o parlamentar.

Durante o evento, foi discutido o impacto desse modelo sobre a estrutura emocional dos profissionais. Segundo os participantes, é comum que policiais enfrentem crises familiares, divórcios, isolamento e até quadros de depressão, agravados pela dificuldade de acesso a serviços psicológicos próximos e confiáveis.

Telles criticou a centralização dos atendimentos especializados apenas na capital. “Lá em Cuiabá não há atendimento rápido, direto e verdadeiro. Nós precisamos de saúde mental acessível em Rondonópolis, Primavera, Sapezal, em todas as cidades onde há policiais atuando. E mais: precisamos ter o direito de buscar o profissional em quem confiamos, não aquele indicado por um comando qualquer.”

O vereador destacou ainda que a audiência é parte de uma luta mais ampla. “Não estamos falando apenas de salário. É valorização da vida, da família. O policial precisa de estrutura para prestar um serviço de excelência à sociedade. Muitos julgam a atuação policial sem saber a carga que esses profissionais carregam. As contas atrasadas, o cansaço, a solidão”, afirmou.

A audiência também teve falas de representantes de entidades militares e lideranças comunitárias, que reafirmaram a necessidade de políticas públicas estaduais que garantam atendimento psicológico descentralizado, humanizado e contínuo para os policiais e seus familiares.

A expectativa é que as propostas debatidas no encontro sejam formalizadas em um relatório a ser encaminhado ao Governo do Estado, à Secretaria de Segurança Pública e ao Comando-Geral da Polícia Militar, com a solicitação de criação de núcleos regionais de atendimento psicológico e de um plano estadual de prevenção ao adoecimento mental dos agentes da segurança pública.

O evento reforçou a urgência de se tratar o tema com seriedade e compromisso, reconhecendo que a saúde do policial militar é uma extensão da própria segurança da população. Em tempos de crise social e aumento da violência, cuidar de quem cuida é uma prioridade estratégica e humana.