• 13 de maio de 2025
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POLÍCIA FEDERAL

PF deflagra nova fase da Operação Sisamnes e investiga esquema milionário de venda de sentenças no STJ e TJs

Lobista Andreson Gonçalves é apontado como articulador central; Justiça determina sequestro de R$ 30 milhões e apreende passaportes dos investigados
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A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (13), a quinta fase da Operação Sisamnes, uma das mais complexas investigações sobre corrupção no Judiciário brasileiro. A ação tem como figura central o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, acusado de liderar um esquema de compra e venda de decisões judiciais em diversos Tribunais de Justiça do país, incluindo o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Nesta nova etapa da operação, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, dos quais quatro ocorreram em Mato Grosso. A Justiça também determinou o sequestro de bens e valores que somam R$ 30 milhões, além da apreensão de passaportes dos envolvidos, que estão proibidos de deixar o país.

Esquema de corrupção e lavagem de dinheiro

De acordo com a Polícia Federal, o grupo investigado operava uma sofisticada rede financeira e empresarial voltada para a lavagem de dinheiro, com o objetivo de mascarar a origem ilícita das propinas pagas em troca de decisões judiciais favoráveis. O esquema foi desenhado para romper qualquer ligação direta entre o corruptor e o agente público corrompido, criando um manto de legalidade sobre os recursos movimentados.

Fase anterior e nomes já implicados

A primeira fase da Operação Sisamnes ocorreu em novembro de 2024, quando foram cumpridos 23 mandados de busca e um de prisão preventiva. Na ocasião, Andreson Gonçalves foi preso e sua esposa passou a ser monitorada eletronicamente. Entre os alvos estavam desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), como João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho, além de advogados, lobistas, empresários e assessores parlamentares.

As investigações revelaram um esquema que envolvia venda de decisões judiciais, inclusive em processos de grande repercussão, além de vazamentos de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais em curso.

O nome da operação

O nome da operação — Sisamnes — remete a um episódio da mitologia persa, que conta a história do juiz Sisamnes, punido pelo rei Cambises II após aceitar suborno e proferir uma sentença injusta. O relato, símbolo de corrupção e punição exemplar, serve como analogia direta ao contexto da operação policial.

As investigações continuam em sigilo, mas já indicam o alcance nacional da rede de corrupção e a participação de altos nomes do meio jurídico e político. A Polícia Federal, com o apoio do Ministério Público Federal, segue apurando o destino dos recursos e a extensão das vantagens indevidas obtidas por meio do esquema.

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