• 7 de maio de 2025
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REGIONAL

Federação entre MDB e Republicanos poderá impor constrangimento em Primavera do Leste ao unir Zeca Viana e Léo Bortolin no mesmo palanque

Adversários históricos no município, ex-deputado estadual e ex-prefeito teriam que dividir estrutura partidária e disputar o mesmo eleitorado com discursos opostos
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A possível federação entre o MDB e o Republicanos, discutida em Brasília pelos presidentes nacionais Baleia Rossi (MDB) e Marcos Pereira (Republicanos), poderá impor impactos políticos profundos em Mato Grosso — e constrangimentos evidentes em municípios-chave como Primavera do Leste. Isso porque, se confirmada, a união obrigará nomes que sempre estiveram em campos opostos a dividirem palanque, estrutura partidária e, principalmente, o mesmo eleitorado.

É o caso do ex-deputado estadual Zeca Viana (Republicanos) e do ex-prefeito de Primavera do Leste, Léo Bortolin (MDB). Com trajetórias marcadas por embates diretos na política local e visões distintas sobre gestão e alianças, ambos seriam forçados a, ao menos formalmente, conviver na mesma federação. O cenário, segundo analistas da região, poderá resultar em “disputa voto a voto” com constrangimento inevitável.

Rivalidade histórica e embate familiar

A tensão entre os dois não é recente. Léo Bortolin é um dos maiores críticos da gestão do ex-prefeito Getúlio Viana, a quem acusa publicamente de ter deixado um passivo administrativo e político no município. Getúlio, por sua vez, é irmão de Zeca Viana, o que aprofunda a rivalidade familiar e política entre os grupos.

Zeca Viana foi um dos críticos mais ferrenhos da administração de Léo Bortolin enquanto este era prefeito, e até hoje, em diversas ocasiões, critica o ex-prefeito nas redes sociais, referindo-se a ele como um adversário sem preparo e produto de marketing. A federação, se confirmada, poderá reforçadamente colocá-los lado a lado, forçando a convivência institucional entre dois nomes que historicamente protagonizaram disputas públicas em Primavera do Leste.

Conflito direto na base municipal

Em Primavera do Leste, o Republicanos é liderado pelos irmãos Viana, com forte atuação na organização local e vínculos partidários consolidados. Léo Bortolin, por outro lado, é o principal articulador estadual do MDB, com muito recall político e força eleitoral, além de presidir atualmente a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). No entanto, não exerce nenhuma influência administrativa no município, já que foi derrotado nas urnas pelo atual prefeito Sérgio Machnic (PL).

A federação, se confirmada, poderá impor a ambos a convivência sob o mesmo estatuto partidário, disputando o controle da sigla local, tempo de TV, recursos e espaço proporcional. O ambiente interno, marcado por antagonismo histórico, poderá se tornar palco de disputas silenciosas e embates pela hegemonia política do município.

Efeitos colaterais no plano estadual

Além do desconforto local, a federação poderá gerar repercussões mais amplas. Com nomes como Janaína Riva (MDB), Otaviano Pivetta, Nininho (em processo de filiação ao Republicanos) e Neri Geller entre os articuladores estaduais, tanto Zeca quanto Léo terão de rever seus posicionamentos ou lidar com eventual isolamento dentro da própria federação.

A união está sendo negociada em Brasília e poderá ser oficializada ainda em 2025. Caso se concretize, a convivência entre Zeca Viana e Léo Bortolin se tornaria um dos maiores paradoxos políticos de Primavera do Leste, forçando adversários a operarem sob uma única bandeira.

Desenho em curso

O MDB e o Republicanos somam atualmente sete deputados estaduais — número que poderá aumentar com a adesão do deputado Nininho, atual 2º vice-presidente da Assembleia Legislativa. Na esfera federal, a federação fortaleceria a articulação de nomes como Juarez Costa, Emanuelzinho, Valtenir Pereira (atualmente assessor especial da Presidência da República), Adilton Sachetti e Neri Geller.

Contudo, em Primavera do Leste, a possível federação poderá impor mais do que alianças: poderá forçar recuos, constrangimentos e disputas silenciosas entre dois grupos que, até aqui, jamais dividiram o mesmo espaço político.

A reportagem continuará acompanhando os bastidores desta federação e seus efeitos práticos no cenário regional.

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