Operação Reta Final mira facção e prende seis em cidades do interior de Mato Grosso
Ação da Polícia Civil desarticula esquema de tráfico em Arenápolis e Nortelândia e revela estrutura financeira e hierárquica de organização criminosa. Foto:
Em mais um duro golpe contra o crime organizado no interior de Mato Grosso, a Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (30) a Operação Reta Final, com foco em desmontar a base operacional e financeira de uma facção criminosa que atuava nos municípios de Arenápolis e Nortelândia.
Com 13 mandados de busca e apreensão cumpridos em residências, bares e chácaras — doze em Arenápolis e um em Nortelândia —, a operação resultou na prisão em flagrante de seis pessoas, todas diretamente ligadas à estrutura do tráfico local. Segundo a investigação, elas ocupavam cargos estratégicos dentro da organização, com funções semelhantes às de gerentes de pontos de venda de drogas.
A ofensiva policial faz parte de uma estratégia maior de enfrentamento às facções criminosas no estado, dentro do programa estadual Tolerância Zero e da Operação Inter Partes, que se articula nacionalmente com apoio do Ministério da Justiça por meio da Renorcrim — iniciativa que visa a repressão integrada ao crime organizado.
As investigações tiveram início em fevereiro deste ano, após a prisão de um membro da facção. A partir dele, os agentes civis conseguiram decifrar parte da engrenagem que movimentava o tráfico nas duas cidades: divisão de tarefas, rotas de entrega, cobranças regulares de repasses em dinheiro vivo e o mapeamento das finanças da organização.
“Estamos indo além da apreensão de drogas. O objetivo agora é minar as fontes de recursos dessas facções e prender os que realmente mandam, mesmo que não estejam na linha de frente”, explica o delegado Hugo Abdon Lima, responsável pela operação.
O material apreendido nas buscas será analisado pela perícia técnica. A expectativa da Polícia Civil é que os documentos, celulares e demais objetos coletados tragam novas pistas para aprofundar o cerco à quadrilha.
Com reforço de equipes de cidades vizinhas como Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, São José do Rio Claro e Diamantino, a operação foi cuidadosamente articulada e executada simultaneamente. O nome “Reta Final” sinaliza a fase avançada da investigação e a intenção clara de encerrar a atuação desse núcleo criminoso nas regiões atingidas.