• 8 de junho de 2025
#Mato Grosso #Polícia

CUIABÁ

Ex-servidor da Sema é alvo de mandado por fraudes e furtos de processos ambientais

Polícia Civil apura crimes de corrupção, falsidade ideológica e obstrução à fiscalização ambiental em Cuiabá
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A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), deflagrou nesta terça-feira (22) a Operação Gatuno, que tem como alvo um ex-servidor temporário da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). O investigado é suspeito de envolvimento em uma série de crimes contra a administração pública ambiental, incluindo corrupção passiva, falsidade ideológica e obstrução de fiscalização.

A ação policial foi desencadeada após a Secretaria de Meio Ambiente encaminhar uma denúncia formal à Polícia Civil em dezembro de 2024. Segundo o relato, o ex-servidor, mesmo após sua exoneração, teria acessado indevidamente as dependências da Sema para furtar processos administrativos, fora do horário de expediente. Ele teria se passado por funcionário ativo para enganar ex-colegas e, com isso, conseguia entrar no prédio e retirar documentos sigilosos.

De acordo com as investigações conduzidas pela Dema, os documentos subtraídos eram levados para fora da secretaria, onde eram modificados e posteriormente devolvidos com alterações que beneficiariam interesses particulares. Tais práticas podem ter causado sérios prejuízos aos trâmites legais de fiscalização ambiental e à integridade de processos administrativos.

A operação contou com o apoio direto da própria Sema e teve como objetivo cumprir mandado de busca e apreensão, expedido pelo juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), da Comarca de Cuiabá. Durante as diligências, os policiais civis apreenderam um notebook e aparelhos celulares do investigado, que agora serão submetidos à perícia técnica, com o objetivo de colher mais provas e identificar outros possíveis envolvidos.

A delegada titular da Dema, Liliane Murata, confirmou que as diligências seguem em andamento e que o inquérito poderá resultar no indiciamento do ex-servidor pelos crimes cometidos. A escolha do nome da operação — Gatuno — remete diretamente ao termo utilizado para definir aquele que furtivamente se apropria do que não lhe pertence, em clara alusão às ações clandestinas do investigado.

O cumprimento da ordem judicial coincidiu com o Dia da Terra, data simbólica que reforça a importância da preservação ambiental e do combate a crimes que atentem contra os recursos naturais e o bom funcionamento das instituições que os protegem.

A Polícia Civil reafirma seu compromisso com o meio ambiente e a lisura da administração pública, atuando com rigor na repressão a práticas criminosas que ameacem os princípios da legalidade e da proteção ambiental no estado de Mato Grosso.