MATO GROSSO – O programa Tolerância Zero Contra as Facções Criminosas, coordenado pelo Governo do Estado e executado pelas forças de segurança pública de Mato Grosso, está impondo um golpe contundente ao crime organizado. Em apenas quatro meses de atuação – entre dezembro de 2024 e março de 2025 – a iniciativa provocou uma descapitalização recorde de R$ 209 milhões às facções criminosas, fruto da intensificação de operações policiais, bloqueio de contas, apreensão de bens e aumento exponencial na retirada de drogas de circulação.

Segundo dados divulgados pelo Observatório de Segurança Pública (OBS), da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), o volume de drogas apreendidas dobrou em relação ao mesmo período do ano anterior. O total saltou de 7,6 toneladas para 15,6 toneladas, um aumento de 104%, sendo a maior fonte de prejuízo às estruturas criminosas, com impacto financeiro estimado em R$ 191 milhões – valor 53% maior que os R$ 125 milhões registrados entre dezembro de 2023 e março de 2024.

Além do impacto direto sobre o tráfico de entorpecentes, o programa gerou um prejuízo adicional de R$ 5,8 milhões com bloqueios de contas bancárias e apreensões de bens móveis e imóveis, conforme levantamento da Polícia Judiciária Civil.

Fronteiras sob vigilância

Outro destaque do período foi a atuação do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), que sozinha foi responsável por um prejuízo estimado de R$ 12,2 milhões ao crime, com a apreensão de 65 veículos, a maioria caminhonetes roubadas, que seriam levadas para fora do país. As 6,7 toneladas de drogas apreendidas pela unidade de fronteira também compõem o volume total registrado no Estado.

Integração e participação da sociedade

O secretário de Segurança Pública, coronel PM César Roveri, atribui os resultados ao caráter abrangente e estratégico do programa. “O Tolerância Zero trouxe mudanças nas abordagens dentro do sistema prisional, ampliou o efetivo policial, intensificou as ações ostensivas e, principalmente, integrou a sociedade nesse combate”, destacou.

Um dos pilares dessa integração é o Disque Extorsão 181, canal lançado em março que já recebeu 400 denúncias sigilosas da população. “É o cidadão de bem ajudando a polícia sem se expor. Essas informações já estão gerando operações e reforçando investigações em andamento”, afirmou Roveri.

Estratégia certeira

A política de descapitalização do crime organizado – que une repressão direta com sufocamento financeiro – é apontada como uma das estratégias mais eficazes para enfraquecer facções criminosas. “Estamos atuando em várias frentes e os números mostram que estamos no caminho certo”, conclui o secretário.

Com medidas robustas, engajamento da população e repressão coordenada, o programa Tolerância Zero segue firme na missão de retomar territórios, interromper cadeias de financiamento criminoso e garantir segurança à população mato-grossense.