• 18 de abril de 2025
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INVESTIGAÇÃO

RONDONÓPOLIS: depoimento de ex-diretora desnuda desmandos e erros na gestão da Santa Casa

Foto: Divulgação

Aconteceu no final da terça-feira (15) o depoimento da ex-diretora executiva da Santa Casa de Rondonópolis Bianca Talita Franco à Comissão Especial de Investigação (CEI) criada para investigar possíveis irregularidades na gestão do hospital filantrópico. E um longo depoimento que durou cerca de três horas e meia, a ex-gestora falou sobre a dívida do hospital, sobre uma máfia de médicos que atuava na unidade e sobre uma fazenda doada ao hospital e que teria sido vendido por um preço bem abaixo do valor de mercado, entre outros assuntos espinhosos.

Logo no início da sua oitiva, Bianca Talita foi questionada sobre a chamada “máfia dos médicos”, que segundo a própria seria formada “por alguns médicos que não deixam outros médicos entrarem na instituição” e que também cobrariam valores acima do mercado em procedimentos médicos como cirurgias e outros, levando os pacientes para suas clínicas e outros hospitais, onde o valor seria menor, prejudicando a Santa Casa.

Sempre afirmando que somente falaria sobre o que tinha provas, ela também foi questionada a respeito de uma fazenda 900 hectares doada para a Santa Casa e vendida por cerca de R$ 3 milhões, valor bem abaixo do valor de mercado e alegou que há um processo correndo em segredo de Justiça, mas contou que assim que soube da existência do imóvel rural, que teria sido doada por uma paciente para ser usada para estruturar o tratamento do câncer no hospital, descobriu que o advogado da Santa Casa estava advogando para retirar o imóvel da Santa Casa e leva-la para uma outra instituição.

A ex-diretora ainda foi questionada a respeito de diversas outras questões e afirmou que o hospital poderia fechar a sua ala particular, visto que a unidade depende quase que exclusivamente de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) como fonte de receita financeira.

São questões relevantes e que revelam que algo precisa ser feito urgentemente, pois a sociedade não pode ser penalizada por conta de erros administrativos da diretoria da unidade hospitalar e que essa mesma diretoria e o atual modelo de gestão não quer ou não consegue apresentar nenhuma solução para a crise financeira eterna da Santa Casa.

Ainda há um longo caminho a ser percorrido pela CEI para que ela possa apresentar um diagnóstico detalhado e realista sobre a gestão do hospital filantrópico e apresentar sugestões de melhora, mas é nítido que o atual modelo, que é privado com a diretoria indicada por uma Irmandade formada por figurões da sociedade local já não tem mais condições morais e administrativas de continuar à frente do hospital, visto que contribui com a existência dos problemas e não consegue retirar a unidade da crise financeira que se tornou permanente nos últimos anos.

Vamos acompanhar as cenas dos próximos capítulos!

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