O auditório do Sest/Senat, em Primavera do Leste, ficou completamente lotado neste sábado (13) durante o Encontro Estadual do PL Mulher. O evento, marcado pela presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, serviu de palco para a posse da vereadora Gislaine Yamashita como presidente do PL Mulher em Mato Grosso. Centenas de mulheres de todas as regiões do estado participaram, junto a 25 presidentes municipais da sigla e diversas autoridades políticas.

A nova presidente estadual, Gislaine Yamashita (PL), que também é vereadora em Primavera, reforçou o tom messiânico e de luta política no discurso:

“Não vamos desistir. Desistência não faz parte da direita, nunca. Contem comigo para transformar o nosso Estado e transformar o nosso país. 2026 é nosso!”, declarou, conclamando as mulheres à mobilização em torno da eleição presidencial.

Também marcou presença no evento a vereadora Mariana Carvalho, presidente do PL Jovem de Primavera do Leste, além das vereadoras Kallynka Meirelles e Dra. Luciana Horta, ambas de Rondonópolis.

O encontro contou ainda com a participação dos deputados federais José Medeiros e Rodrigo da Zaeli, do deputado estadual Gilberto Catani, além do prefeito de Primavera do Leste, Sérgio Machnic, e da primeira-dama Selma Martignago Machnic. O presidente estadual do PL, Ananias Filho — que também ocupa a Secretaria de Governo em Cuiabá — acompanhou a cerimônia, junto à Dra. Mariene Fagundes, esposa do senador Wellington Fagundes e fundadora do PL Mulher em Mato Grosso.

Michelle Bolsonaro, principal atração do evento, prestou uma homenagem emocionada à Dra. Mariene:

“Sou muito grata pela vida da Mariene, porque quando o PL Mulher ainda estava só no papel, ela já estava trabalhando. Seu nome está na construção do movimento em Mato Grosso, e isso precisa ser lembrado com honra.”

O prefeito Sérgio Machnic fez um discurso longo e inflamado, misturando memórias pessoais com críticas à esquerda e exaltações ao ex-presidente Jair Bolsonaro:

“Foi Jair Messias Bolsonaro e Michelle Bolsonaro que abriram os nossos olhos. […] Quando a gente canta o hino nacional, a gente renova a esperança, renova o orgulho de ser brasileiro. A eleição de 2026 já começou. Nós temos a responsabilidade de tomar o Brasil de volta.”

Michelle também aproveitou a ocasião para reforçar pautas religiosas, defender a anistia aos presos do 8 de janeiro e criticar o sistema judicial, dizendo que a balança da Justiça no Brasil está “pesando apenas para um lado”.

“Esse movimento do PL Mulher surge para levantar uma multidão de mulheres fortes, resilientes, com pautas reais. Mulheres que transformam suas dores em causas.”

Apesar do tom festivo, o evento também expôs a centralização do grupo que conduz o PL Mulher no estado. A ausência de convites para lideranças políticas locais no almoço que antecedeu o encontro foi sentida nos bastidores. Embora tenha reunido um público expressivo, a movimentação de Yamashita tem gerado críticas por afastar potenciais aliados em vez de construir pontes rumo a 2026.

O encontro reforçou a polarização política e a antecipação da campanha eleitoral, com discursos calcados no nacionalismo, religiosidade e rejeição ao atual governo federal. Enquanto o auditório vibrava ao som de gritos de “Volta, Bolsonaro”, o evento também revelou que, para além do entusiasmo popular, a condução política dentro do partido exigirá mais habilidade de articulação do que discursos inflamados.