Polícia encontra ossada humana e suspeita que restos sejam de jovem desaparecido desde março
Vítima teria sido sequestrada por facção criminosa e morta por comercializar drogas sem autorização; caso faz parte da Operação Verdades Ocultas Foto:
Uma ossada humana foi localizada nesta quarta-feira (9), em uma área de mata no município de Cocalinho (a 923 km de Cuiabá), e pode ser de Andrey César Giacomini Xavier, desaparecido desde o dia 6 de março. A descoberta ocorreu durante diligências da Operação Verdades Ocultas, que investiga crimes praticados por membros de uma facção criminosa, incluindo tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Segundo a Polícia Civil, Andrey foi sequestrado após ter sua residência invadida por integrantes do grupo criminoso. Ele já havia sido agredido dois dias antes como forma de punição por supostamente vender drogas sem a autorização da facção. O jovem também era acusado por membros do grupo de envolvimento em um caso de estupro.
Desde o desaparecimento, a equipe da Delegacia de Cocalinho, com apoio do Corpo de Bombeiros, realizou buscas intensas por mais de 40 quilômetros em áreas de mata da região, sem sucesso. A reviravolta no caso ocorreu quando uma testemunha que caminhava pela zona rural relatou que seu cachorro encontrou um osso de aparência humana. Ao investigar o local, o homem localizou um crânio, peças de roupa e chinelos.
Com a denúncia, equipes da Polícia Civil e da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foram até a área conhecida como Cascalheira, situada a cerca de 7 km da cidade. Os restos mortais estavam em uma estrada vicinal, a aproximadamente 30 metros dentro da mata, misturados com lixo e ossos de animais.
Facção identificada
A Operação Verdades Ocultas foi deflagrada em 21 de março e cumpriu seis mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. Seis integrantes da facção, entre eles uma mulher, foram identificados como responsáveis pela execução e ocultação do corpo de Andrey. Dois dos envolvidos ocupavam a função de “disciplina” no grupo e teriam liderado as sessões de tortura.
Os objetos encontrados no local, incluindo as roupas, foram reconhecidos por familiares da vítima. Os restos mortais foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de necrópsia e confirmação da identidade.
As investigações seguem em andamento para esclarecer todos os detalhes do crime e apurar se há outros envolvidos.