O policial militar Jackson Pereira Barbosa foi alvo da Operação Office Crime – O Elo, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (08), em Cuiabá, por suspeita de intermediar o assassinato do advogado Renato Gomes Nery, executado a tiros há nove meses na Avenida Fernando Corrêa da Costa.

De acordo com a Polícia Civil, mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares foram cumpridos na residência de Jackson, localizada em um condomínio de luxo na capital. O militar é investigado por indícios de intermediação e possível mando no homicídio do advogado. A corporação também revelou que, no mesmo condomínio, outros investigados já haviam sido alvos de buscas em uma operação anterior, realizada em novembro de 2023.

Histórico de violência e condutas ilícitas

A operação desta terça-feira ocorre apenas cinco dias após Jackson ser afastado do cargo, juntamente com outros três policiais, por terem sido flagrados agredindo um homem com uma barra de ferro em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá. Imagens gravadas por testemunhas mostram os militares ao redor da vítima, caída no chão, enquanto um deles desfere o golpe com a barra de ferro. O estado de saúde da vítima não foi divulgado.

A Polícia Militar, por meio de nota, informou que determinou o afastamento imediato dos envolvidos e abriu procedimento administrativo disciplinar na Corregedoria-Geral da corporação para apurar o caso.

Preso na Operação Simulacrum

Jackson também foi preso em março de 2022 durante a Operação Simulacrum, que investigava mais de 60 policiais militares suspeitos de envolvimento em 24 execuções simuladas como confrontos na região metropolitana de Cuiabá.

As investigações da época revelaram que o grupo contava com a participação de um colaborador que atraía pessoas interessadas em cometer furtos e roubos, oferecendo um pretexto para os policiais executarem as vítimas sob o argumento de confronto armado. O objetivo seria promover os nomes dos envolvidos e destacar unidades como a Rotam, Bope, Força Tática e o 1º Comando Regional.

Candidatura indeferida

Jackson ainda tentou disputar uma vaga na Câmara Municipal nas eleições de 2024, mas teve seu registro de candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral. O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) apontou que ele está com os direitos políticos suspensos, após condenação com trânsito em julgado em 11 de julho de 2024, por violação ao artigo 14 da Lei Federal nº 10.826/2003, do Estatuto do Desarmamento.

Com esse histórico de reincidência em práticas violentas e criminosas, Jackson Pereira Barbosa permanece sob investigação da Polícia Civil, que busca aprofundar os vínculos entre o policial e a rede criminosa por trás da execução do advogado.