• 15 de abril de 2025
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ANÁLISE

Tarifaço de Trump pode ajudar a ampliar exportações brasileiras, avalia economista

A análise é do professor de Economia Luiz Otávio Bau Macedo, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), para quem a medida deve provocar uma consequente perda de mercado nas exportações norte-americanas
Foto: Divulgação

A imposição de pesadas tarifas sobe os produtos importados de um conjunto de mais de 180 países anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump na semana passada pode ser bom para a ampliação do volume das exportações brasileiras. A análise é do professor de Economia Luiz Otávio Bau Macedo, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), para quem a medida deve provocar uma consequente perda de mercado nas exportações norte-americanas, que podem ser substituídas por produtos brasileiros.

“O efeito ainda vai depender da evolução da conjuntura, pois ainda não está claro se o governo norte-americano visa utilizar essas barreiras para obter acordos comerciais, ou se vai mantê-las estáveis. Mas, pode ser avaliado que por um lado, as tarifas podem ajudar ao agro brasileiro em ampliar seus mercados externos, na medida que as exportações norte-americanas agropecuárias percam mercados, pela resposta ao aumento das tarifas de importação aos EUA, como por exemplo a China”, conjecturou.

Para o economista, a adoção das medidas por Trump criam uma conjuntura de incerteza que tende a valorizar o dólar norte-americano, o que pode ser ruim para os exportadores de commodities brasileiros. “Pelo menos no curto e médio prazo, o que favorece os preços das cotações, em termos de R$, mas também está reduzindo os preços das commodities em termos de dólares no mercado de Chicago, em virtude das expectativas crescentes de uma recessão mundial, vide a queda do preço do petróleo nos últimos dias”, continuou Luiz Otávio Bau Macedo.

Ele continua afirmando que o efeito líquido da taxa de câmbio e preços internacionais sejam negativos para a economia brasileira no curto prazo. “A taxa de câmbio brasileira já se encontra bastante depreciada em relação ao dólar norte-americano. Portanto, creio que as tarifas tendem a ser favoráveis em termos de ampliação das exportações brasileiras, mas prejudicial às cotações agrícolas na Bolsa de Chicago”, completou.

Apesar da previsão negativa, Luiz Otávio deixa claro que ainda é cedo para fazer afirmações definitivas sobre os efeitos líquidos do “Tarifaço” promovido pelo governo Trump sobre a rentabilidade dos produtores rurais e a economia de Mato Grosso. “Ainda necessita de mais tempo para avaliação. Mas no curto prazo não há motivos de preocupação exacerbada”, concluiu.

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