Dólar inicia pregão em alta com expectativa por detalhamento das tarifas recíprocas de Trump
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O dólar abriu em alta nesta terça-feira (1º), impulsionado pela expectativa do mercado quanto ao detalhamento das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao longo do ano. Na véspera, a moeda norte-americana registrou queda de 0,94%, encerrando a sessão cotada a R$ 5,7057, enquanto o índice Bovespa recuou 1,25%, atingindo 130.260 pontos.
O republicano confirmou que, nesta quarta-feira (2), será anunciado o funcionamento das novas taxas a serem aplicadas sobre produtos importados por diferentes países. No Brasil, o Senado deve votar ainda hoje um projeto que institui a Lei de Reciprocidade Econômica, em resposta às medidas adotadas pelo governo norte-americano.
Impacto no mercado e indicadores econômicos
Além das tarifas, os investidores também monitoram a divulgação de dados econômicos dos EUA, como a Pesquisa de Vagas de Emprego e Rotatividade de Mão de Obra (JOLTS) e o índice de manufatura do ISM, previstos para o final do dia. Esses indicadores podem fornecer mais informações sobre os impactos da incerteza na política comercial sobre a economia americana.
Em declaração recente, Trump afirmou que as tarifas incluirão todos os países, e não apenas um grupo restrito de 10 a 15 nações, como havia sido sugerido pelo assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett.
Desde o início de seu mandato, Trump tem adotado medidas protecionistas, impondo tarifas sobre importantes parceiros comerciais, como México e Canadá, e taxando produtos específicos, como aço, alumínio, automóveis e produtos agrícolas. O receio dos mercados é que essa escalada tarifária desencadeie uma guerra comercial global, com consequências negativas para o crescimento econômico mundial.
Desempenho do dólar e Ibovespa
No início das negociações desta terça-feira, às 9h28, o dólar registrava alta de 0,12%, sendo cotado a R$ 5,7124. Na sessão anterior, a moeda acumulou queda de 0,94%, encerrando a R$ 5,7052. No acumulado, houve um recuo de 0,94% na semana, de 3,56% no mês e de 7,67% no ano.
O índice Ibovespa, que inicia suas operações às 10h, registrou uma queda de 1,25% na segunda-feira, fechando aos 130.260 pontos. O balanço do mercado mostra recuo de 1,25% na semana, avanço de 6,07% no mês e uma valorização de 8,29% no ano.
A incerteza sobre as tarifas recíprocas
As decisões de Trump continuam impactando os mercados globais. A expectativa em torno das tarifas recíprocas, que serão detalhadas nesta quarta-feira, tem gerado apreensão entre investidores, diante da possibilidade de aumento na inflação e retração econômica.
Em entrevista à Fox Business, Kevin Hassett afirmou que as tarifas seriam aplicadas a um grupo de 10 a 15 países com desequilíbrios tarifários desfavoráveis aos EUA, mas sem especificar quais nações seriam afetadas. No entanto, Trump declarou recentemente que as tarifas serão direcionadas a “todos os países”, incluindo importantes parceiros comerciais como México, Canadá, China e União Europeia.
O governo americano já impôs taxas de 25% sobre importações do México e Canadá, além de uma tarifa extra de 10% sobre produtos chineses, elevando a alíquota total para 20%. Outras ameaças tarifárias incluem produtos europeus, etanol brasileiro e petróleo russo.
Em fevereiro, Trump assinou um memorando determinando a elaboração de listas de contramedidas específicas para cada país, aumentando ainda mais a incerteza sobre os impactos dessas políticas comerciais.
Reações internacionais
Diante das movimentações dos EUA, a União Europeia também se prepara para reagir. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a guerra comercial promovida pelos Estados Unidos pode ser um momento de “independência” para a Europa.
“Ele chama de ‘Dia da Libertação’ nos Estados Unidos, mas eu vejo como um momento em que devemos decidir juntos como controlar de melhor maneira o nosso destino e acredito que é um passo para a independência”, declarou Lagarde em entrevista à rádio France Inter.
A dirigente também alertou para os impactos negativos da escalada tarifária, prevendo uma redução de 0,3 ponto percentual no crescimento europeu no primeiro ano de vigência das tarifas. Caso a Europa adote medidas de retaliação, a perda pode se ampliar para 0,5 ponto percentual.
O mercado segue atento aos desdobramentos das políticas comerciais de Trump, temendo que o aumento das tarifas impulsione a inflação e provoque uma desaceleração econômica nos EUA, com reflexos sobre toda a economia global.
Com informações das agências de notícias Reuters e AFP
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio