Colheita atinge 83% em março, com ritmo acelerado em Mato Grosso
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A colheita da soja no Brasil fechou março com uma média de 83% da área plantada. Este é o maior percentual para este período do ano desde a safra 2010/11, refletindo um ritmo de colheita acelerado em várias regiões do país, principalmente nas áreas do Norte e Nordeste, favorecidas pelas boas condições climáticas e pela quantidade de lavouras prontas para a colheita.
O Rio Grande do Sul, um dos estados mais impactados pela seca e pelas altas temperaturas durante o ciclo da soja, ainda enfrenta desafios consideráveis. A produtividade média no estado foi estimada em 2.240 kg por hectare, com variações significativas entre as diferentes regiões. No oeste gaúcho, em particular, algumas áreas sofreram perdas severas, tornando a colheita economicamente inviável em determinados pontos.
Já em Mato Grosso, o progresso da colheita é quase total, com mais de 99% da área já colhida até o final de março, um avanço de quase 10 pontos percentuais acima da média histórica para o período. As regiões Centro-Sul, Médio Norte, Noroeste e Norte do estado já concluíram as atividades de colheita, consolidando a liderança de Mato Grosso no processo.
Em Paraná, as projeções para a produção de soja foram revisadas para baixo, com uma previsão atual de 21 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 0,6% em relação à estimativa anterior. A escassez de chuvas em algumas áreas afetou o desenvolvimento da cultura, resultando em ajustes nas expectativas de produtividade.
A colheita em Bahia também segue em ritmo acelerado, com cerca de 1,8 milhão de hectares já colhidos, colocando o estado em uma posição mais avançada em comparação ao mesmo período da safra anterior, beneficiado pelo clima favorável no início da janela de cultivo. Já no Maranhão, aproximadamente 58% da área foi colhida, e a expectativa é de que melhorias nas infraestruturas rodoviárias, como a BR-135, facilitem o escoamento da produção.
No entanto, a irregularidade das chuvas continua a ser um fator de preocupação para os produtores, especialmente nas regiões do Centro-Sul, que enfrentam uma combinação de escassez de umidade e calor. Apesar disso, a colheita do milho verão 2024/25 no Centro-Sul alcançou 82% até o final de março, mantendo-se no mesmo nível do ano passado, mas com um pequeno aumento em relação à semana anterior.
A safra 2024/25, portanto, segue com desafios e boas perspectivas. As colheitas avançam de maneira desigual, com alguns estados enfrentando dificuldades devido à seca, enquanto outros, como Mato Grosso, apresentam bons índices de produtividade e ritmo acelerado de colheita. A continuidade das chuvas nas próximas semanas será determinante para o andamento das colheitas de milho e soja no país.
Fonte: Pensar Agro