Colheita da soja avança no RS, mas estiagem compromete produtividade em algumas regiões
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A colheita da soja segue avançando no Rio Grande do Sul, com 11% da área plantada já colhida, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, a estiagem prolongada impactou significativamente a produtividade em diversas regiões, sobretudo no Centro-Oeste gaúcho, onde o peso e a qualidade dos grãos estão abaixo do esperado. Na Fronteira Oeste e Missões, os efeitos da seca foram ainda mais severos, resultando em produtividades inferiores a 10 sacas por hectare.
Nem todas as regiões, porém, foram afetadas da mesma forma. Na área de atuação da Cotribá, uma das mais tradicionais cooperativas do estado, a qualidade dos grãos colhidos permanece dentro dos padrões esperados. Luciano Roewer, gestor rural da cooperativa e responsável pelo setor de armazenagem, destaca que a empresa investe anualmente no treinamento de funcionários para garantir a integridade dos grãos durante o armazenamento.
“Para manter a qualidade, seguimos rigorosamente os protocolos de secagem, armazenagem e aeração, além de um manejo eficiente de pragas”, explica Roewer. Ele ressalta ainda que, nos últimos três anos, a Cotribá conseguiu reduzir perdas na armazenagem, aprimorar a qualidade dos grãos e padronizar os processos de amostragem e análise no recebimento e expedição.
Impacto no Centro-Oeste e manejo da umidade
As regiões mais atingidas pela estiagem, como o Centro-Oeste gaúcho, apresentam grãos com tegumento enrugado e coloração esverdeada, características de estresse hídrico. Nessas áreas, produtores redobram a atenção para um fator determinante na rentabilidade da lavoura: o controle da umidade dos grãos.
A recomendação técnica é colher os grãos com umidade entre 13% e 14% para evitar perdas. “Quando a soja é colhida com umidade acima do ideal, é necessário realizar a secagem artificial, o que gera descontos financeiros, pois o comprador deduz o peso equivalente ao excesso de umidade”, explica Roney Smolareck, engenheiro agrônomo e responsável técnico de vendas da Motomco, empresa especializada em equipamentos de controle de umidade.
“O uso das ferramentas corretas para monitoramento é essencial para garantir resultados precisos e proteger o valor da produção”, complementa Smolareck.
Tecnologia a favor da produção
Diante dos desafios climáticos e da necessidade de maior controle sobre a umidade da soja, a Motomco lançou o CONNECT999, um medidor de umidade de grãos portátil de alta precisão. O equipamento permite medições rápidas, fornecendo resultados em menos de oito segundos.
Com um design robusto e interface intuitiva, o CONNECT999 auxilia na tomada de decisão durante a colheita e armazenamento. “É a melhor opção para medir a umidade, garantindo confiabilidade na análise e na negociação do produto”, destaca Manoella Rodrigues da Silva, do departamento de Marketing da Motomco. O dispositivo também se diferencia por sua conectividade, permitindo compartilhamento de dados via WhatsApp, SMS e e-mail.
Panorama nacional da colheita
No Brasil, a colheita da soja atingiu 76,4% da área plantada, conforme a Conab. Mato Grosso está próximo da finalização da safra, com produtividade elevada. No Paraná, 81% da soja já foi colhida, também com bons resultados. Em Mato Grosso do Sul, as chuvas interromperam momentaneamente os trabalhos em algumas regiões.
Em Goiás e Minas Gerais, a produtividade das lavouras tardias foi afetada pelo veranico de fevereiro. Em Santa Catarina, a escassez de chuvas compromete o desenvolvimento da safrinha. Na Bahia, a colheita avança rapidamente com produtividades expressivas, embora as lavouras mais tardias tenham sido impactadas pela redução das precipitações. No Maranhão, a colheita se aproxima do fim no Sul e teve início no Oeste. No Piauí, o déficit hídrico afetou o potencial produtivo, enquanto no Pará, regiões como Paragominas e Santarém apresentam bom desenvolvimento das lavouras.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio