• 30 de março de 2025
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Minas Gerais se Consolida como Potência na Produção de Tilápias

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Embora Minas Gerais não tenha litoral, suas bacias hidrográficas e grandes reservatórios tornaram o estado referência na piscicultura. O município de Morada Nova de Minas, localizado na região Central, destaca-se como o maior produtor de tilápias do Brasil, com sua atividade concentrada na represa de Três Marias. O cultivo, que já soma mais de duas décadas, conta com o apoio técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).

A criação de tilápias teve início em 2002, como um projeto-piloto da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paranaíba (Codevasf), com apenas 20 tanques-rede. Desde então, a Emater-MG tem desempenhado um papel essencial na assistência técnica, capacitação de produtores e fornecimento de insumos, como tanques, alevinos e ração, especialmente nos primeiros anos da atividade. “Atualmente, atuamos na elaboração de projetos para crédito rural e no suporte à regularização ambiental”, explica o técnico da Emater-MG, Eduardo Moreira.

O setor cresceu impulsionado por condições climáticas e ambientais ideais, como temperatura média de 28°C e qualidade da água favorável, além de uma cadeia produtiva bem organizada e investimentos contínuos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção municipal alcança 20 mil toneladas anuais, correspondendo a aproximadamente 44% da produção mineira e 4% do volume nacional.

O piscicultor Carlos Júnior acompanhou essa evolução desde o início. “Meu pai começou com dois tanques pequenos no projeto-piloto. Cresci nesse meio e nunca atuei em outra atividade. Em 2010, me especializei na reprodução e criação de tilápias. Hoje, produzimos cerca de 8 milhões de alevinos e 3 milhões de peixes juvenis por ano”, relata. Para ele, o futuro da piscicultura no município é promissor, especialmente pela localização estratégica próxima a grandes mercados consumidores, como Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e até a região Nordeste.

Do cultivo ao processamento

Após a fase juvenil e a aplicação das vacinações recomendadas, as tilápias são destinadas a produtores especializados na engorda, processo que dura de quatro a cinco meses. Quando atingem o peso ideal, os peixes são enviados aos frigoríficos, onde são processados em filés congelados para comercialização. Aproximadamente 51% da produção municipal passa por 18 frigoríficos inspecionados instalados em Morada Nova de Minas.

O empresário Washington Luís da Costa comanda um dos frigoríficos líderes do setor, certificado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e pelo Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), o que permite a comercialização nacional. “Inicialmente, enfrentamos dificuldades para vender o peixe in natura devido à variação da demanda. Apostamos na verticalização da cadeia produtiva, investindo na criação, engorda e no processamento dos filés congelados. Hoje, nossa unidade tem capacidade para processar 12 toneladas de tilápia por dia e somos líderes em Minas Gerais e no Espírito Santo”, destaca.

Para Washington Luís, a tilápia tem conquistado os brasileiros pelo sabor suave e pela praticidade no preparo. “Com poucos minutos na frigideira, ela está pronta, sem cheiro forte e sem complicação para limpar. Isso mudou a percepção sobre o consumo de pescado no país”, afirma. Ele vê o futuro da atividade com otimismo, ressaltando que o consumo de peixe per capita no Brasil ainda é baixo quando comparado a outras fontes de proteína animal. “O mercado tem grande potencial de crescimento, tanto internamente quanto na exportação para diversos países”, conclui.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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