O delegado João Antônio Batista Ribeiro Torres, acusado de propina e assédio sexual contra servidoras e estagiárias da Delegacia de Lucas do Rio Verde (MT), foi solto nesta terça-feira (25) e deve atuar remotamente.

A decisão foi tomada pela Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que concedeu habeas corpus com medidas cautelares. Entre as exigências estão: informar endereço atualizado, manter distância mínima de 500 metros das vítimas e testemunhas, não deixar a comarca sem autorização judicial, cumprir recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana, usar tornozeleira eletrônica, não cometer novos delitos e trabalhar em regime remoto.

Afastado desde fevereiro, João Antônio é acusado de cobrar propina, cometer assédio e importunação sexual. Segundo uma vítima, ao procurá-lo para esclarecer dúvidas, ele teria jogado uma chave sobre a mesa, ordenado que ela trancasse a porta e afirmado que queria beijá-la.

A Corregedoria aponta que ele teria exigido R$ 30 mil para não abrir um inquérito e recebido R$ 40 mil para arquivar uma investigação. Além disso, teria usado uma empresa de grãos para movimentar dinheiro ilícito, transferido inquéritos para si e cobrado valores para beneficiar terceiros.

As denúncias levaram a Polícia Civil a instaurar uma investigação baseada em depoimentos e diligências para apurar os fatos. O delegado nega todas as acusações.