A Câmara de Dirigentes Lojistas de Rondonópolis (CDL), representada pelo presidente Dr. Leonardo Santos de Resende, esteve presente em mais um encontro promovido pelo Poder Judiciário local, na segunda-feira (24), para debater soluções que garantam maior segurança no trânsito do município. A iniciativa faz parte de uma série de reuniões articuladas desde fevereiro, reunindo diversas autoridades e entidades da sociedade civil.

A reunião foi liderada pelo juiz Wagner Plaza Machado Júnior, do 2º Juizado Especial de Rondonópolis, e contou com a presença da vereadora Dra. Luciana Horta, do Gabinete de Apoio e Segurança Pública (GASP), da Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público, Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis (Acir) e CDL. Também participou a juíza Maria das Graças Gomes da Costa, da Vara Especializada da Infância e Juventude.

Segundo Dr. Leonardo Resende, a união de forças entre diferentes setores é essencial para enfrentar o problema do trânsito na cidade. “Este é um verdadeiro encontro cidadão. Diversas entidades se reunindo para discutir como garantir um trânsito mais seguro para Rondonópolis. Como representantes do comércio varejista, estamos atentos à gravidade da situação e comprometidos em contribuir para soluções efetivas”, afirmou.

Trânsito perigoso e números alarmantes

Rondonópolis segue como a cidade com o trânsito mais letal de Mato Grosso e um dos mais violentos do Brasil. Dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) apontam que, somente em 2024, ocorreram mais de 3.500 acidentes com vítimas. Entre as principais causas estão a imprudência, o excesso de velocidade, a mistura de álcool e direção, a falta de sinalização, buracos nas vias e a presença de condutores sem habilitação ou menores de idade ao volante.

Para o juiz Wagner Plaza Machado Júnior, os números são alarmantes e destoam de cidades do mesmo porte em Mato Grosso. “Estamos reunindo esse grupo interinstitucional para discutir e buscar soluções. A violência no trânsito tem aumentado muito, e a letalidade em Rondonópolis é incomparável. Isso gera um impacto enorme na saúde pública, no custo do Estado e, claro, na perda de vidas”, destacou o magistrado.

Falta de fiscalização e pátio de apreensões

Outro ponto crítico levantado na reunião foi a falta de fiscalização e a inexistência de um pátio para apreensão de veículos irregulares. Sem esse espaço, operações como a Lei Seca acabam sendo inviabilizadas, permitindo que condutores em situação irregular continuem a circular livremente.

“O município precisa enfrentar com seriedade as graves falhas na fiscalização do trânsito. A ausência de um pátio para apreensões impede que veículos ilegais sejam retirados de circulação, colocando em risco a vida de cidadãos de bem”, afirmou o juiz Wagner Plaza.

Mobilização e soluções

A CDL e outras entidades participantes reforçaram o compromisso em pressionar o Poder Executivo para adotar medidas eficazes. Segundo o presidente da CDL, garantir segurança no trânsito também é uma forma de proteger a economia local e a população.

“Nós apoiamos o pedido da Polícia Militar, representada pelo comandante do 5º Batalhão, Tenente-Coronel Silva Sá, para a criação de um pátio de apreensões. Isso permitirá que a PM e a Polícia Civil possam atuar de forma mais rigorosa na fiscalização. Além disso, destacamos a necessidade de um transporte público eficiente, seja por meio da Autarquia Municipal ou da iniciativa privada”, ressaltou Resende.

O Poder Judiciário e as entidades envolvidas seguirão acompanhando o tema e cobrando providências para reduzir os índices de acidentes e garantir mais segurança para a população de Rondonópolis.