Preços do trigo seguem em alta no Sul do Brasil
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Os preços do trigo continuam em alta nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, conforme levantamento da TF Agroeconômica. No Rio Grande do Sul, o menor preço CIF já atinge R$ 1.500 por tonelada, enquanto o produto importado ultrapassa R$ 1.700/t. No mercado local, moinhos avaliam ofertas para retirada entre março e abril, com valores entre R$ 1.380 e R$ 1.400/t. No entanto, a baixa moagem e as margens reduzidas têm sido motivo de preocupação, com vendedores pedindo valores entre R$ 1.400 e R$ 1.500/t. O preço da pedra em Panambi subiu para R$ 71,00 a saca, reflexo da pressão sobre os custos de produção.
Em Santa Catarina, os vendedores aumentaram suas pedidas para R$ 1.500/t, dificultando as operações dos moinhos. Muitas unidades enfrentam estoques elevados de matéria-prima e farinha, o que limita reajustes favoráveis nos preços. Os valores pagos aos produtores variam entre R$ 71,00 e R$ 80,00 a saca, com destaque para Joaçaba (R$ 79,00) e Rio do Sul (R$ 80,00). As ofertas do Rio Grande do Sul a R$ 1.450 FOB também pressionam as margens dos moinhos catarinenses.
No Paraná, a previsão de chegada de dois navios com trigo argentino, totalizando 60 mil toneladas, deve influenciar o mercado nesta semana. Os preços da commodity importada variam entre US$ 290 e US$ 300/t. Apesar da concorrência, o Paraná ainda se destaca na produção de farinhas tipo 0000, que competem diretamente com as argentinas. As ofertas de trigo FOB variam de R$ 1.550 a R$ 1.600/t, enquanto o trigo branqueador está sendo negociado acima de R$ 1.700/t. Segundo o Deral, apesar da previsão de uma redução de 20% a 25% na área plantada, a produtividade e a produção podem crescer. A margem de lucro dos produtores paranaenses aumentou para 11,94%, acompanhando a alta do preço médio da saca, que chegou a R$ 76,88.
Alta do trigo: fatores que impulsionam a valorização do cereal
Variações sazonais e baixa disponibilidade interna sustentam os preços
Os preços do trigo seguem elevados desde o início do ano, registrando as maiores médias mensais nominais desde agosto, conforme informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A valorização é mais expressiva no Paraná e no Rio Grande do Sul, principais estados produtores do país.
Pesquisadores do Cepea explicam que a alta no preço do trigo é um fenômeno sazonal, comum no primeiro semestre, quando a redução dos estoques internos impulsiona as cotações. Historicamente, os valores atingem seus patamares mais altos no meio do ano, antes de sofrerem pressão com a chegada da nova safra no segundo semestre.
Diante da menor disponibilidade interna nos primeiros meses do ano, as importações se intensificam para atender à demanda. Por outro lado, em situações de excedente produtivo, as exportações costumam aumentar no início do ano seguinte, conforme analisa o Cepea.
Esse comportamento sazonal do mercado reforça a importância do planejamento estratégico tanto para produtores quanto para a indústria. O monitoramento dos preços e das tendências globais torna-se essencial para decisões mais assertivas no setor.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio