IBGE, ABDI e UFRJ apresentam resultados da Pesquisa de Inovação Semestral de 2023 ao MCTI
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O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) recebeu, hoje (25/03), responsáveis pela Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec) de 2023: Indicadores Básicos, realizada em parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O estudo apresenta um panorama detalhado sobre a inovação no Brasil, abordando aspectos como os obstáculos enfrentados pelas empresas para inovar, os arranjos cooperativos estabelecidos, os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e o apoio público à inovação.
A pesquisa tem como objetivo traçar o retrato da inovação no país, levantando informações cruciais sobre o investimento empresarial em ciência, tecnologia e inovação, elementos fundamentais para o crescimento do setor industrial nacional.
Prioridades do MCTI e a importância dos resultados
Segundo Verena Hitner Barros, diretora de Indicadores e Governança do MCTI, a prioridade do ministério é garantir que a Pintec Semestral volte a existir, retomando a coleta de dados sobre inovação de forma contínua. A diretora destacou também duas outras prioridades da Diretoria: “Retomar a Comissão Permanente de Indicadores, para garantir que os indicadores de ciência, tecnologia e inovação tenham legitimidade, e estabelecer um debate com os Estados para garantir a comparabilidade da produção científica e tecnológica em todo o Brasil”, afirmou.
A Pintec Semestral, que apresenta dois ciclos anuais de investigação, foi desenvolvida com o objetivo de complementar a tradicional Pintec, que já tem sete edições realizadas desde 2000, com periodicidade trienal. As edições semestrais abordam, no primeiro semestre, indicadores temáticos rotativos e, no segundo, indicadores básicos de inovação e P&D.
Resultados da Pesquisa de Inovação Semestral de 2023
Os dados de 2023 revelam que 64% das empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas no Brasil realizaram atividades de inovação, seja por meio da introdução de novos produtos ou processos de negócios. Embora o índice de inovação tenha caído em relação a 2022 (68,1%) e 2021 (70,5%), a taxa ainda reflete o dinamismo de setores chave da economia brasileira.
Entre os setores mais inovadores, destacam-se a fabricação de produtos químicos (88,7%), máquinas e equipamentos (88,0%), e produtos farmacêuticos (82,4%). Por outro lado, a fabricação de produtos do fumo e de produtos de madeira apresentaram as menores taxas de inovação, com 38,7% e 31,2%, respectivamente.
Em termos de investimentos, os gastos com P&D em 2023 somaram R$ 38,3 bilhões, um aumento em relação a 2022, quando o valor foi de R$ 36,8 bilhões. As empresas do setor industrial foram responsáveis por 86,4% desse montante. Apesar do crescimento, a utilização de mecanismos de apoio público, como os incentivos fiscais previstos na Lei do Bem, foi inferior ao ano anterior, com 36,3% das empresas inovadoras utilizando esses instrumentos de apoio.
Desafios para inovar no Brasil
A pesquisa também identificou os principais obstáculos enfrentados pelas empresas inovadoras. Em 2023, 47,6% das empresas relataram dificuldades para inovar. Os desafios mais citados foram a instabilidade econômica (44,2%), o aumento da concorrência (41,4%) e a limitação de recursos internos (42,1%).
Esses dados são essenciais para o MCTI, que se compromete a buscar soluções para fortalecer o ambiente de inovação no país, com a criação de políticas públicas mais eficazes e a promoção de um ecossistema mais favorável à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico.
Avanços e Expectativas
A Pintec Semestral é uma importante ferramenta para o MCTI no monitoramento do avanço da inovação no Brasil e contribui significativamente para a formulação de políticas públicas. A continuidade e a evolução dos dados coletados, com metodologias e conceitos adaptados, são essenciais para o desenvolvimento de estratégias de apoio à inovação e ao fortalecimento da competitividade do Brasil no cenário global.