“Homicídio mais brutal com que lidei”; diz Delegado responsável pelo assassinato de Claudemir
Ainda segundo delegado, crime não teve justificativa Foto: Polícia Judiciária Civil
O delegado Ronaldo Binoti classificou como “o homicídio mais covarde” que presenciou em sua carreira o assassinato de Claudemir Sá Ribeiro, de 26 anos. O jovem foi executado a queima-roupa na noite de domingo (23), em Colniza (a 1.063 km de Cuiabá). O principal suspeito é Elias Ribeiro Silva, 54, policial militar aposentado e diretor da Escola Militar Tiradentes.
“O crime não teve qualquer justificativa. Não houve motivação. Elias não tinha fundamento para agir da forma que agiu. Foi um ato completamente covarde. Em três anos atuando no noroeste de Mato Grosso, posso afirmar categoricamente que esse foi o homicídio mais brutal com que lidei”, declarou Binoti.
O suspeito teria desconfiado que Claudemir era integrante do Comando Vermelho, mas as investigações descartaram qualquer ligação do jovem ou de seus amigos com facções criminosas. Câmeras de segurança registraram o momento do crime: Elias se aproxima da mesa onde Claudemir estava, troca algumas palavras e atira no jovem, que tenta correr, mas cai logo depois. O policial, aparentemente embriagado, permaneceu no local com a arma na mão. Enquanto algumas pessoas fugiam, outras continuaram no bar como se nada tivesse ocorrido.
Durante o interrogatório, Elias alegou que a vítima teria tentado sacar uma arma, mas as imagens desmentiram essa versão. Ele foi preso e afastado do cargo de diretor da escola. O secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri, classificou o caso como um “fato isolado” e anunciou a abertura de um processo administrativo contra o servidor.
De acordo com o boletim de ocorrência, após o crime, Elias fugiu em uma motocicleta. A Polícia Militar encontrou a vítima caída na calçada, sendo amparada por populares. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas apenas constatou o óbito de Claudemir.