Factoides, Fanfarrices e Soluções
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Há quem diga que o grande mal do mundo é a corrupção, algo que não é e jamais foi uma exclusividade tupiniquim. Existe, inclusive, uma corrente que afirma que, em certo nível, a corrupção estimula o crescimento, impulsionando obras de infraestrutura e serviços.
Não vou entrar nessa seara. Temos os famosos “roubam, mas fazem” e os que “roubam e nada fazem”. Fato!
Deixo para o leitor tirar suas próprias conclusões.
Por princípio, defendo boas práticas de gestão – sérias, transparentes e baseadas no interesse público, alicerçadas em projetos viáveis e visionários.
Sempre ouvimos dizer que a diferença entre um político comum e um grande estadista é que um governa pensando na próxima eleição, enquanto o outro governa pensando nas próximas gerações.
As grandes nações desenvolvidas do nosso planeta não ficaram imunes à corrupção, porém, prevaleceram sob o comando de grandes estadistas!
No meu humilde entendimento, seja em nível municipal, estadual ou federal, o que mais nos causa danos e perdas não é a corrupção, mas sim os factoides e as fanfarrices de determinados políticos.
Temos centenas de exemplos contemporâneos que mostram como é prejudicial sermos comandados por líderes mais preocupados com espetáculos do que com governar de verdade.
Por outro lado, podemos citar outras centenas de exemplos de administrações que fizeram uma enorme diferença na vida dos cidadãos ao colocar no comando um líder com visão estadista.
Posso citar como exemplo uma grande metrópole, Curitiba, e uma pequena cidade aqui no nosso Mato Grosso, Lucas do Rio Verde. Ambos os casos demonstram que liderança visionária faz toda a diferença.
Fechando o que considero uma “trilogia” sobre o Rio Cuiabá, como mato-grossense nato e apaixonado, cuiabano por adoção e coração, reivindico que nossos líderes políticos visionários e sérios coloquem, de forma séria e responsável, sobre a mesa um projeto que salve o Rio Cuiabá – ou melhor dizendo, que “ressuscite” o nosso Rio.
Atualmente, nem pesca de subsistência é possível. Lazer muito menos, e turismo, menos ainda. O Rio Cuiabá não gera renda e, a cada dia, se torna um gigantesco esgoto e depósito de rejeitos.
Poderia citar dezenas de projetos viáveis e sustentáveis pelo mundo, principalmente na Ásia e na Europa. Mas acredito que nossos nobres deputados estaduais, representantes mais próximos do povo mato-grossense, deveriam se aprofundar nesse assunto, estudar soluções já implementadas e conhecer de perto experiências bem-sucedidas ao redor do mundo – como já fizeram dezenas de vezes em outros temas, incluindo no caso do famigerado VLT.
Há soluções inteligentes e sustentáveis que geram renda e trazem vida de volta ao moribundo Rio Cuiabá. Falta vontade política.
“Não podemos voltar aos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam as esperanças.”
– Hannah Arendt
Rodrigo Rodrigues
Jornalista, empresário e graduado em Gestão Pública