Mercado de suínos segue aquecido com exportações firmes e oferta ajustada
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Um relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA traz uma análise detalhada sobre o mercado de suínos, destacando a influência da demanda externa e do controle da oferta nos preços da carne suína. A combinação de um fluxo positivo de exportações com a produção ajustada tem garantido uma recuperação nos valores pagos pelo animal vivo ao longo dos últimos meses.
Em fevereiro, o preço do suíno vivo reagiu após um início de ano de cotações mais baixas em relação a dezembro de 2024. No estado de São Paulo, o preço médio do quilo do animal vivo fechou o mês em R$ 8,74, registrando um aumento de 10% em relação ao mês anterior e de 31,5% frente a fevereiro do ano passado. Apesar de uma leve acomodação nos valores na primeira quinzena de março, os preços permaneceram em patamares elevados.
Diante dessa valorização, o spread da suinocultura também apresentou alta, alcançando 36% em fevereiro, o equivalente a um retorno de R$ 270 por animal terminado. No campo dos custos de produção, o milho subiu em Minas Gerais e no Paraná, mas recuou 1% em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Paralelamente, a queda nos preços do farelo de soja ajudou a minimizar os impactos da alta do milho, resultando em um aumento médio de apenas 0,3% nos custos totais, bem inferior à alta de 8,8% observada no preço do suíno vivo.
Exportações seguem aquecidas e fortalecem perspectivas para o setor
As exportações de carne suína mantiveram um ritmo forte em fevereiro, com 101 mil toneladas embarcadas, um aumento de 19,9% em relação ao mesmo período do ano passado e um crescimento acumulado de 12,4% no primeiro bimestre. O preço médio da carne também apresentou uma leve alta de 2,2% após a queda de 3% registrada no mês anterior. No entanto, a valorização do real frente ao dólar, de 4,4%, impactou o spread da exportação, que recuou de 83% para 78%, ainda acima da média histórica de 70%.
O cenário permanece favorável para a suinocultura, com as margens de lucro sustentadas pela diferença entre os custos de produção e os preços do animal. Além disso, as exportações para diversos mercados seguem aquecidas, com destaque para as Filipinas, Hong Kong e Japão. Por outro lado, a China e o Chile apresentaram retração nas compras nos primeiros meses do ano. O mercado chinês registrou uma queda de 6,4% nos preços da carne suína no atacado na primeira quinzena de março e começou 2025 com uma demanda reduzida pelo produto brasileiro.
As previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam uma queda de 2% na absorção doméstica de carne suína na China neste ano. Entretanto, uma revisão recente feita pelo adido do USDA no país asiático indicou que a redução na produção será menos expressiva do que o inicialmente previsto, devido ao aumento no peso de abate dos animais, o que pode reduzir a necessidade de importação.
Apesar desse panorama mais contido para as exportações brasileiras destinadas à China, o Brasil pode se beneficiar das tarifas de 10% impostas pelo governo chinês sobre a carne suína dos Estados Unidos. Os EUA foram um dos principais exportadores do produto para o país asiático em 2024 e, com a nova barreira tarifária, podem perder mercado. Outro destino promissor para o Brasil é o México, que tem aumentado suas compras e é atualmente o maior importador da carne suína americana, o que pode abrir espaço para o produto brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio