Polícia Civil deflagra Operação Verdades Ocultas em combate ao crime organizado
Seis mandados de prisão foram expedidos nesta operação Foto: Polícia Judiciária Civil
Na manhã desta sexta-feira (21), a Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu 13 ordens judiciais contra membros de uma facção criminosa investigados pelos crimes de tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver no município de Cocalinho. A ação faz parte da Operação Verdades Ocultas, conduzida pela Delegacia de Polícia da cidade e integrada ao programa Tolerância Zero do Governo do Estado.
Foram expedidos pelo Juízo da Comarca de Água Boa seis mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão, todos cumpridos no município de Cocalinho. A operação faz parte das estratégias da Polícia Civil dentro da Operação Inter Partes, visando o combate à atuação de facções criminosas no estado.
Investigação e motivação do crime
As investigações tiveram início após o desaparecimento de Andrey César Giacomini Xavier, ocorrido na madrugada do dia 6 de março. Segundo apurações, a vítima já havia sido punida anteriormente pela facção, sofrendo um “salve” – castigo interno aplicado pelo grupo – no dia 4 de março, sob a acusação de envolvimento em atos libidinosos contra uma criança de 7 anos.
Dois dias depois, membros da facção retornaram à residência da vítima e a sequestraram. Desde então, seu paradeiro é desconhecido, levando as autoridades a trabalharem com a hipótese de homicídio seguido de ocultação de cadáver. Até o momento, o corpo de Andrey não foi localizado.
Além das agressões sofridas recentemente, a investigação revelou que Andrey atuava na venda de entorpecentes a mando da facção criminosa e já havia recebido outras punições violentas, frequentemente retornando à sua residência com ferimentos.
Identificação dos suspeitos
Durante a apuração dos fatos, a Polícia Civil identificou seis integrantes da facção criminosa, sendo cinco homens e uma mulher, envolvidos nos crimes investigados. Entre os suspeitos, dois eram responsáveis pela disciplina da facção e foram identificados como os executores das torturas contra a vítima.
Os demais investigados teriam diferentes níveis de participação, incluindo:
- O responsável por acionar a facção criminosa para que a vítima fosse punida;
- O proprietário da residência onde ocorreram as agressões;
- O pai da criança supostamente abusada sexualmente, que também teve envolvimento nos crimes.
Diante dos elementos reunidos durante a investigação, o delegado Danilo Rodrigues representou pelas ordens judiciais, que foram deferidas pela Justiça.
Combate ao crime organizado
O delegado regional de Água Boa, Valmon Pereira da Silva, destacou a importância da operação para frear a atuação de facções criminosas no estado, sobretudo diante da gravidade dos crimes cometidos.
“A Polícia Civil segue atuando de forma rigorosa para desarticular esses grupos e responsabilizar os envolvidos em práticas violentas, garantindo a segurança da população”, enfatizou.
A Operação Verdades Ocultas segue em andamento, e novas diligências serão realizadas para localizar o corpo da vítima e identificar outros possíveis envolvidos no crime.