A federação partidária entre o Partido Progressistas (PP) e a União Brasil (UB) foi aprovada na última terça-feira (18) sob a liderança do senador Ciro Nogueira (PP).

No entanto, a concretização dessa aliança ainda depende da deliberação dos líderes da União Brasil.

Caso a união prevaleça, o bloco formado pelas duas siglas se tornará uma bancada maior na Câmara dos Deputados, ultrapassando o Partido Liberal (PL), que atualmente ocupa essa posição.

No contexto de Mato Grosso, essa política de configuração pode impactar diretamente as eleições para a Câmara Federal, beneficiando especialmente dois candidatos.

Entre eles, destaca-se a primeira-dama Virgínia Mendes, que poderá se consolidar como a principal puxadora de votos.

Isso deve às restrições impostas à Federação, que poderá lançar apenas dez candidatos a Deputado Federal, considerando o aumento do número de vagas de oito para nove.

Com essa nova configuração, cada candidato precisará obter, em média, mais de 21 mil votos para garantir uma cadeira e acima de 42 mil votos para conquistar uma segunda vaga.

Esses números demonstram a complexidade do cenário eleitoral.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Quociente Eleitoral para Deputado Federal em Mato Grosso, em 2022, foi de 216.285 votos.

Já para Deputado Estadual, foram necessários 72.005 votos, considerando um total de 1.728.127 votos válidos.

Além disso, com o aumento para 27 cadeiras na Assembleia Legislativa do Estado, a chapa estadual da federação abrigará apenas 28 candidatos.

E, para conquistar três cadeiras, será necessário que esses postulantes obtenham, em média, 8 mil votos cada.

Diante desse panorama, havia uma forte expectativa de adesões ao União Brasil, principalmente por parte de políticos que desejavam disputar uma vaga para Deputado Federal, impulsionados pelo potencial de votos de Virgínia Mendes.

No entanto, com a possível Federação entre PP e UB, aqueles que cogitavam deixar o PL para migrar para a União Brasil precisarão repensar suas estratégias e traçar um plano B para suas candidaturas.

A formação da Federação entre PP e União Brasil representa uma ação estratégica que pode alterar significativamente a demonstração de forças no cenário político nacional e estadual.

No entanto, essa aliança impõe desafios para candidatos que buscam espaço dentro dessa nova estrutura.

Outro fator relevante é a posição do Senador Jayme Campos, que também pretende disputar o governo do Estado.

Essa configuração inviabiliza uma possível participação dos Republicanos, partido do vice-governador Otaviano Pivetta, que conta com o apoio do atual governador Mauro Mendes para concorrer ao governo.

A situação de Jayme Campos se torna delicada, pois ele é preterido por Mendes nessa disputa.

Caso a Federação entre PP e União Brasil se concretize, a candidatura de Jayme à reeleição para o Senado fica ameaçada, já que Mauro Mendes também pretende concorrer ao cargo.

Diante desse cenário, o impasse político está apenas começando.

Mauro Mendes precisará demonstrar habilidade na arte do convencimento, especialmente no diálogo com Jayme Campos, para viabilizar sua estratégia eleitoral.

Ilson Galdino – Advogado e Servidor Público.