Café retoma patamar de US$ 3,90 em Nova York com apoio do dólar fraco e incertezas sobre safra brasileira
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O mercado internacional de café manteve sua volatilidade nesta semana, um comportamento que tem se tornado recorrente. Na Bolsa de Nova York, o contrato de maio para o café arábica apresentou recuperação e voltou ao patamar de US$ 3,90 por libra-peso. Em contrapartida, na Bolsa de Londres, o robusta registrou um desempenho mais negativo, refletindo-se também no mercado físico brasileiro, onde o arábica apresentou melhor desempenho nas cotações em comparação ao conilon.
Após atingir mínimas de US$ 3,73 por libra-peso nos dias 14 e 17 de março, o contrato de maio em Nova York mostrou reação. Segundo o consultor Gil Barabach, da Safras & Mercado, a principal influência sobre os preços veio da desvalorização do dólar frente ao real, que reduz a competitividade das exportações brasileiras. O dólar registrou queda por sete pregões consecutivos ante a moeda brasileira, além de apresentar fraqueza diante de outras divisas globais.
Ademais, a recuperação foi impulsionada por um movimento técnico após quedas recentes e por preocupações persistentes com a safra brasileira de 2025. A produção de café arábica já enfrenta perdas expressivas devido ao período prolongado de seca ao longo de 2024. Em 2025, a fase de granação também foi afetada por baixa umidade e temperaturas elevadas, aumentando os temores de danos ainda maiores. Embora chuvas recentes tenham amenizado parte das preocupações, sua distribuição irregular em diversas regiões ainda gera incertezas.
No balanço dos últimos sete dias, entre 13 e 20 de março, o contrato de maio em Nova York registrou alta de 1,7%, subindo de 385,70 para 392,15 centavos de dólar por libra-peso. Comparado à mínima alcançada no dia 17, a valorização foi de 5,1%.
Por outro lado, o robusta negociado na Bolsa de Londres teve queda de 0,6% no mesmo período, influenciado por fatores técnicos. No Brasil, a safra de conilon não deve apresentar perdas expressivas em 2025, ao contrário do arábica, o que contribui para a pressão sobre os preços. Entretanto, o mercado segue atento às condições climáticas que podem impactar a próxima safra de robusta no Vietnã.
No mercado físico brasileiro, a semana oscilou entre momentos de maior movimentação e períodos de comercialização travada, refletindo a postura mais cautelosa de compradores e vendedores. No Sul de Minas Gerais, o café bebida boa registrou alta de 2,8%, passando de R$ 2.520,00 para R$ 2.590,00 por saca na base de compra. Já o conilon tipo 7, em Vitória (ES), recuou 0,25%, caindo de R$ 2.015,00 para R$ 2.010,00 por saca.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio