• 28 de março de 2025
#Mato Grosso #Polícia #Redes

Operação Falso Profeta

Polícia Civil deflagra operação para coibir extorsões contra comerciantes

Pastor de Igreja foi apontado como líder da facção
Foto: Polícia Judiciária Civil

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), deflagrou nesta quinta-feira (20) a Operação Falso Profeta. A ação visa desarticular um esquema de extorsão e lavagem de dinheiro praticado por uma facção criminosa contra distribuidores de água mineral em Cuiabá e Várzea Grande.

O principal alvo da operação é um pastor de uma igreja no bairro Pedra 90, em Cuiabá, identificado como líder da facção e mentor do esquema. Ele está foragido no Rio de Janeiro.

Ao todo, são cumpridas 30 ordens judiciais, incluindo sete mandados de prisão preventiva, nove de busca e apreensão, duas determinações de proibição de atividade econômica, além do sequestro de cinco veículos e bloqueio de contas bancárias que podem totalizar R$ 1,5 milhão. As ordens foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) da Capital e estão sendo executadas em Cuiabá, Várzea Grande e no Rio de Janeiro. A operação faz parte do programa Tolerância Zero do Governo do Estado, dentro da estratégia da Polícia Civil para combater facções criminosas.

Projeto Água

As investigações começaram em novembro de 2024 e revelaram um esquema chamado “Projeto Água 20 LT”, no qual integrantes da facção criminosa extorquiam comerciantes. Proprietários de estabelecimentos eram obrigados a comprar galões de água apenas do grupo criminoso e pagar uma taxa de R$ 1 por galão vendido.

Para organizar a abordagem às vítimas, os criminosos criaram um grupo de WhatsApp, onde controlavam os distribuidores. Inicialmente, as conversas tinham um tom amigável, mas evoluíam para ameaças caso as ordens não fossem seguidas. Quem tentava sair do grupo era intimidado com promessas de “conversas pessoais”, caracterizando extorsão majorada.

Divisão de Tarefas

Durante as investigações, foi identificado que um dos líderes da facção era o administrador do grupo de WhatsApp e responsável pelo controle financeiro e logístico do esquema. Outros membros realizavam visitas às distribuidoras para reforçar a exigência de compra da água fornecida pela facção e a cobrança da taxa.

Os envolvidos possuem extensos antecedentes criminais por tráfico de drogas, homicídios, roubos, falsificação de documentos e organização criminosa. Eles atuavam como “soldados do crime”, garantindo que os comerciantes cumprissem as ordens dos líderes da facção. Além disso, a organização contava com um caminhão exclusivo para a distribuição dos galões, que ficava armazenado em uma distribuidora pertencente a um dos integrantes do grupo.

Lavagem de Dinheiro

A investigação também identificou empresas e pessoas físicas envolvidas na lavagem do dinheiro obtido com as extorsões. Foram rastreadas grandes movimentações financeiras sem comprovação de origem lícita.

O mentor do esquema, que está foragido no Rio de Janeiro, pertence à facção criminosa originária do estado. Os vínculos investigados apontaram para uma empresa de distribuição de água e bebidas utilizada como “testa de ferro” para dissimular as transações e enviar dinheiro ao grupo criminoso no Rio de Janeiro.

Nome da Operação e Canal de Denúncias

O nome “Falso Profeta” faz referência ao principal alvo da operação, que além de líder da facção, também atua como pastor em Cuiabá.

Para denúncias sobre extorsão praticada por facções criminosas, o Governo de Mato Grosso disponibiliza o serviço Disque Extorsão contra Facções Criminosas, pelo telefone 181 ou de forma online, garantindo o sigilo do denunciante.

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