China amplia importação de soja dos EUA, mas Brasil deve ganhar espaço nos próximos meses
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As importações chinesas de soja dos Estados Unidos registraram um expressivo crescimento de 84,1% nos dois primeiros meses de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, especialistas apontam que os preços mais competitivos e o atual cenário de tensões comerciais com os EUA devem favorecer o aumento das compras brasileiras nos próximos meses.
Maior importador global de soja, a China adquiriu 9,13 milhões de toneladas da oleaginosa norte-americana entre janeiro e fevereiro, um volume significativamente superior aos 4,96 milhões de toneladas comprados no mesmo intervalo de 2024.
Segundo Rosa Wang, analista da consultoria agrícola JCI, com sede em Xangai, o aumento das importações dos EUA foi impulsionado pelo chamado “efeito Trump”, à medida que importadores anteciparam compras diante do receio de tarifas mais altas. Além disso, o atraso no plantio no Brasil gerou expectativas de uma colheita tardia, levando os compradores chineses a buscarem suprimentos norte-americanos para evitar desabastecimento.
Enquanto isso, as importações da soja brasileira no mesmo período registraram queda de 48,4%, totalizando 3,59 milhões de toneladas, contra 6,96 milhões de toneladas em 2024. No total, as compras chinesas de soja entre janeiro e fevereiro cresceram 4,4%, atingindo 13,61 milhões de toneladas, de acordo com dados alfandegários divulgados no início do mês.
Entretanto, o cenário pode mudar. Pequim anunciou recentemente um aumento nas tarifas sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas dos EUA, incluindo a soja, em retaliação às novas medidas comerciais impostas por Washington. Com isso, analistas preveem uma ampliação das compras brasileiras no curto prazo.
O Brasil, maior exportador global de soja, disputa com os EUA a liderança nas vendas para o mercado chinês. O país está atualmente em plena colheita de uma safra volumosa, o que deve impulsionar as exportações para a China no segundo trimestre, possivelmente atingindo um patamar recorde.
A consultoria AgRural informou que, até a última quinta-feira, a colheita brasileira da safra 2024/25 já havia atingido 70% da área plantada, o ritmo mais acelerado para esta época do ano em pelo menos 14 anos.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio