Safrinha de Milho 2025: Desafios Climáticos e Mercadológicos Requerem Manejo Estratégico
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A safra de milho safrinha, que atualmente representa cerca de 77% da área total plantada no Brasil, consolidou-se como uma peça fundamental na produção nacional. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a região Centro-Oeste do país concentra a maior parte da produção, destacando-se ainda mais no cenário agrícola brasileiro. O 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 da Conab prevê uma produção de 122 milhões de toneladas de milho, um aumento de 5,5% em relação ao ciclo anterior. Para a segunda safra especificamente, estima-se um crescimento de 6,4%, alcançando 96 milhões de toneladas.
Entretanto, a safra de 2025 enfrenta desafios climáticos que exigem um manejo estratégico. Fatores como chuvas irregulares e altas temperaturas impactam o desenvolvimento das lavouras, o que pode prejudicar a produtividade. Dauto Carpes, engenheiro agrônomo e especialista da FertiSystem, alerta que essas oscilações climáticas exigem planejamento cuidadoso para garantir estabilidade na produção.
O manejo da safra e os desafios climáticos
De acordo com Carpes, as primeiras semanas de desenvolvimento do milho são cruciais, já que fatores como luminosidade e disponibilidade hídrica influenciam diretamente o crescimento das plantas. “A safrinha entra em um período pós-colheita da soja, que já extraiu nutrientes do solo. Portanto, um manejo eficiente e um planejamento nutricional adequado são essenciais para garantir um crescimento equilibrado da lavoura”, explica.
Além do clima, a escolha correta das cultivares e o manejo de pragas e doenças também são determinantes para o sucesso da safra. Carpes enfatiza a importância de selecionar híbridos de milho adaptados ao zoneamento climático de cada região, considerando fatores como resistência a pragas e tolerância a estresses hídricos. “Cada região tem suas particularidades. No Sul, por exemplo, as temperaturas mais amenas no final do ciclo favorecem o milho, enquanto no Centro-Oeste o grande desafio é a redução da umidade do solo nos meses de outono”, detalha o especialista.
Manejo e adubação: um equilíbrio essencial
O manejo da safrinha também envolve a adubação, que geralmente se baseia na reposição dos nutrientes retirados pela cultura anterior. Como a soja já deixa um residual de nutrientes no solo, os produtores tendem a investir em reposições mais econômicas, complementando os nutrientes essenciais. No entanto, Carpes alerta para a importância de um monitoramento rigoroso das lavouras, pois pragas como lagartas e percevejos podem comprometer a produtividade caso não sejam controladas nos estágios iniciais do desenvolvimento da planta. “O monitoramento diário é fundamental, principalmente nos primeiros dias, quando a planta ainda é sensível. Danos severos na fase vegetativa podem prejudicar irreversivelmente o milho”, afirma.
Cenário econômico e expectativas para 2025
Além dos desafios climáticos e de manejo, a rentabilidade da safra também é afetada pelo cenário econômico. A produção recorde de milho nos Estados Unidos e as oscilações no mercado internacional podem levar à queda nos preços da commodity. Além disso, os custos de produção, especialmente com os fertilizantes, seguem elevados devido à valorização do dólar.
Carpes observa que, diante da baixa liquidez e da incerteza sobre os preços de venda, os produtores estão cautelosos quanto aos investimentos. “O produtor está mais reticente em investir este ano, uma vez que os preços da soja caíram, e a safrinha de milho precisa ser rentável para equilibrar os custos da lavoura”, conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio