• 19 de março de 2025
#Agronegócio

Biocombustível de Coco Impulsiona a Transição Energética no Brasil

Foto:

A crescente preocupação com a redução da pegada de carbono tem estimulado a implementação de estratégias para a descarbonização das atividades econômicas. Dentre as abordagens mais destacadas estão a diversificação das fontes energéticas, a melhoria da eficiência dos processos e o desenvolvimento de tecnologias de captura de carbono. Nesse cenário, a produção de biocombustível a partir da biomassa residual do coco verde se sobressai, especialmente em Aracaju (SE), onde se encontra o Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), uma referência no setor.

Vinculado ao Grupo Tiradentes, o ITP abriga o Núcleo de Estudos em Sistemas Coloidais (NUESC), fundado há 15 anos em parceria com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES) e a própria Petrobras. O NUESC tem se consolidado como um dos principais centros de pesquisa científica do país, atuando também na formação de profissionais altamente qualificados para o mercado local e nacional, em colaboração com os Programas de Pós-graduação Stricto sensu da Universidade Tiradentes (Unit).

O coordenador-adjunto de Programas Profissionais da Área de Engenharias II na CAPES, docente da Unit, pesquisador do ITP e coordenador do NUESC, Cláudio Dariva, destaca o impacto positivo do Núcleo para o equilíbrio ambiental. “Em Aracaju, por exemplo, o NUESC contribui para a reutilização de 190 toneladas de resíduos de coco verde descartados semanalmente. Transformamos um material que representa um grande desafio ambiental, devido ao alto volume e baixa taxa de decomposição, em energia”, explica Dariva.

Desafio Ambiental do Coco Verde

O coco verde, consumido amplamente em regiões tropicais, gera resíduos, especialmente fibras, que representam um significativo desafio ambiental devido ao seu grande volume e à difícil decomposição. Em Aracaju, um estudo realizado pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) revelou que a cidade gera cerca de 190 toneladas de resíduos de coco verde por semana, com 87 pontos de venda, sendo 30 deles considerados grandes geradores, que descartam até 200 kg de resíduos diários.

Esse grande volume de resíduos sobrecarrega o sistema de coleta domiciliar e resulta em custos anuais de cerca de R$ 900 mil para a limpeza pública. Quando não destinados a aterros sanitários, muitos desses resíduos são descartados de maneira inadequada, o que agrava o passivo ambiental da cidade. A conversão desses resíduos em biocombustível não só mitiga o impacto ambiental, mas também proporciona uma alternativa energética renovável e sustentável.

Processo de Produção do Biocombustível

A transformação da fibra do coco verde em biocombustível pode ser realizada por diversas rotas tecnológicas, como pirólise, gaseificação e fermentação. No caso da pesquisa desenvolvida no NUESC, prioriza-se um processo eficiente e de baixo impacto ambiental:

  • Secagem e Trituração: A fibra do coco é coletada, seca e triturada para facilitar o processamento.
  • Conversão Térmica: A biomassa é submetida à pirólise, um processo que converte o material em bio-óleo, biocarvão e gases combustíveis.
  • Refino e Aproveitamento: O bio-óleo gerado pode ser refinado para utilização em motores e geradores, enquanto o biocarvão pode ser utilizado como fonte de energia ou para melhorar a qualidade do solo.
Processo Integrado e Inovações Tecnológicas

Avanços recentes possibilitaram a integração de três etapas essenciais para a produção de combustíveis sustentáveis: extração de óleo, produção de biodiesel e bio-óleo a partir de oleaginosas. Essa tecnologia inovadora utiliza fluidos pressurizados, o que reduz significativamente a necessidade de solventes orgânicos e promove uma abordagem ambientalmente mais sustentável.

De acordo com a pesquisa do ITP, essa abordagem maximiza o aproveitamento dos resíduos gerados durante o processo, contribuindo para uma economia circular e diminuindo o impacto ambiental da produção de combustíveis. Além disso, a iniciativa não só reduz a dependência de combustíveis fósseis, mas também melhora a gestão dos resíduos urbanos, evitando o acúmulo de lixo orgânico. A criação de uma cadeia produtiva em torno do biocombustível fomenta ainda a geração de empregos e o desenvolvimento econômico local, promovendo a economia circular.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

Biocombustível de Coco Impulsiona a Transição Energética no Brasil

Parlamentares articulam reforço no seguro rural e

Biocombustível de Coco Impulsiona a Transição Energética no Brasil

Safrinha de Milho 2025: Desafios Climáticos e