Os vereadores rondonopolitanos aprovaram nessa quinta-feira (6) a criação de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar possíveis irregularidades no uso de recursos públicos pela Santa Casa da cidade. A proposição foi aprovada por 18 dos 21 vereadores e terá a duração de 180 dias a partir da sua instalação para realizar os seus trabalhos.

De acordo com o vereador Ibrahim Zaher (MDB), primeiro-secretário da Câmara e autor original do pedido de criação da CEI que acabou assinado por todos os demais edis, a intenção da CEI é investigar o porque o hospital filantrópico vive atolado em dívidas mesmo recebendo dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) e dinheiro de emendas parlamentares federais, estaduais e até municipais. “Nós estamos acompanhando a questão da Santa Casa, que tem esse problema histórico de uma dívida financeira que vem crescendo a cada ano, tendo até agora ameaçado de ter a paralisação dos serviços. Nós temos médicos, empresas fornecedoras sem receber desde o mês 6 do ano passado. Ou seja, a Santa Casa passa por uma grande crise financeira e é uma entidade que já teve aportes, tem recebido constantemente emendas de parlamentares. Recursos para que possa é suprir essa deficiência financeira, mas tem algumas questões que precisam ser averiguadas”, declarou.

Esses valores repassados ao hospital via emendas parlamentares citados pelo vereador seriam superiores a R$ 70 milhões, fora o pagamento pelos procedimentos médicos realizados pagos pelo SUS, o que reforça a suspeita de haver algo errado na administração da Santa Casa. “Nós éramos para ter tido uma reunião com a diretoria já há duas semanas atrás, onde seria apresentada a real situação da Santa Casa. Nos últimos dias, circularam pelas redes sociais por grupos diversas denúncias e a Casa de Leis, a Câmara Municipal se sente a obrigação de abrir essa comissão para averiguar essas informações”, informou Zaher.

Ele ressalta que os vereadores não visam questionar a importância do hospital filantrópico, tendo como objetivo apurar possíveis irregularidades e desvios justamente para fortalecer o mesmo. “Ninguém aqui está questionando a importância dessa entidade, sabemos hoje é um hospital referência para mais de quinhentas mil pessoas. Meu filho teve a vida salva na UTI de lá. Agora não dá para a gente ficar investindo tanto em recurso público e esses problemas se perpetuarem”, complementou.

Ele cita que além dos R$ 70 milhões provenientes de emendas parlamentares, a CEI também deve se debruçar sob questões como a venda de uma fazenda que foi doada para o hospital, mas que segundo denúncias, teria sido vendida por um valor várias vezes abaixo do preço de mercado. “Essa Casa vai agora aprofundar diante dessa comissão, buscar informações e requerimentos, convocar, caso necessário, membros da entidade para que a gente possa esclarecer isso para a sociedade e também buscar solucionar esses problemas da entidade”, afirmou Ibrahim Zaher.

Os membros da CEI, num total de 7, ainda serão definidos, mas é certo que Zaher fará parte dela, já que é o autor original da propositura de criação da comissão. O prazo regimental para a realização dos trabalhos é de 180 dias.