Na calmaria do início da manhã em São José do Rio Preto – epicentro atual dos casos de dengue em São Paulo – a enfermeira Bárbara Estela Gonçalves Senter já mostra que a distância de sua cidade natal, Nova Bréscia, Rio Grande do Sul, não é obstáculo para a missão de salvar vidas. Bárbara chegou no dia 19 de fevereiro para integrar a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) no centro de hidratação para pacientes com dengue na cidade do interior paulista. 

A iniciativa conjunta do Ministério da Saúde e secretaria de saúde municipal faz parte das estratégias para fortalecer a resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) às arboviroses e ampliar a rede de atendimento no município. 

Às 8h20 da manhã, ela já havia atendido três pacientes com suspeita de dengue, vindos de bairros afastados do centro. “A experiência tem sido indescritível. Eu não imaginava que, ao chegar aqui, viveria uma experiência tão transformadora”, conta Bárbara, cuja dedicação reflete o compromisso de centenas de profissionais que deixam suas cidades de origem para enfrentar emergências em diferentes regiões do país. 

Aos 24 anos, Bárbara destaca que a oportunidade de atuar na Força Nacional é também uma forma de retribuir o investimento feito na universidade pública e no SUS. “Poder estar atuando na FN-SUS é uma devolução do que a população investe em nossa formação. É realizar o que amo: salvar vidas, cuidar das pessoas e contribuir para um sistema de saúde que é de todos nós”, afirma com entusiasmo. 

O centro de hidratação, inaugurado na última quinta-feira (20), é um dos pontos de apoio dessa mobilização. A iniciativa conjunta entre o governo federal, estadual e a prefeitura de São José do Rio Preto visa ampliar a capacidade de atendimento e oferecer suporte especializado aos pacientes acometidos pela dengue. Durante seu período na cidade – que se estende a princípio até o dia 1º de março – Bárbara já realizou procedimentos essenciais como a administração de medicação e coleta de exames, contribuindo para o alívio e a recuperação dos infectados. 

A atuação da enfermeira evidencia não apenas a competência técnica dos profissionais mobilizados, mas também a força dos laços humanos que se formam em momentos de desafio. Mesmo com as diferenças culturais – ela convive lado a lado com colegas vindos de outras regiões, como o Acre –, o sentimento de união e a vontade de fazer a diferença prevalecem. “Estar aqui, trabalhando juntos, criando conexões e trocando experiências, mostra que não importa de onde viemos. O que temos é a missão primordial de salvar vidas”, relata. 

A história de Bárbara e outros tantos profissionais da FN-SUS é um retrato da mobilização desses voluntários que, independentemente de suas origens, se unem em torno de um propósito maior: enfrentar as emergências sanitárias e garantir o acesso a um atendimento de qualidade em todos os cantos do país. 

Edjalma Borges
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde