Manejo de oropouche e saúde materno-infantil são tema de webinário
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De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, o Brasil apresentou 4.847 casos de oropouche entre as semanas epidemiológicas 1 e 7 de 2025. O estado do Espírito Santo registrou o maior número de casos (4.317), seguido do Rio de Janeiro (353), Paraíba (118) e Minas Gerais (53). Considerando a relevância do tema, o Ministério da Saúde realizou, nesta quarta-feira (19), o webinário Vigilância e Manejo de Oropouche: Atenção Integrada à Saúde Materno-Infantil, que contou com a participação virtual de cerca de 600 pessoas.
Durante o webinário, Morgana Caraciolo, técnica da Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), afirmou que um dos desafios na vigilância do oropouche é entender como se dará dispersão do vírus no território brasileiro nos próximos meses e o comportamento da doença, como, sazonalidade, além da vigilância do vetor e de outros possíveis transmissores.
A Rede Alyne e a assistência materna e infantil na prevenção do oropouche também foram discutidas no webinário. As orientações para profissionais de saúde incluem acompanhar gestantes de forma mais próxima e identificar métodos contraceptivos utilizados por mulheres em idade fértil que vivem em áreas de transmissão, promovendo o planejamento reprodutivo em uma perspectiva de risco reprodutivo relacionado ao vírus Orov.
Para prevenção e controle dos casos de oropouche, recomendou-se que as gestantes reduzam a exposição ao vetor (maruim) por meio de proteção individual, como uso de calças e camisas de mangas compridas, meias e sapatos fechados e o uso de telas de malha fina nas janelas ou mosquiteiros, aliado ao manejo ambiental (manter o peridomicílio limpo e o solo livre do acúmulo de material orgânico, principalmente folhas e frutos de plantações).
Casos registrados
Os sintomas do oropouche são semelhantes aos da dengue: febre de início súbito; dor de cabeça prolongada e intensa; dores musculares; dores nas articulações; e dores atrás dos olhos. Sensibilidade à luz, tontura e náuseas/vômitos também podem ocorrer.
Em 2023, foram registrados 831 casos de oropouche no Brasil. Esse número saltou para 13.782 em 2024 e, até o momento, 4.845 casos foram registrados em 2025. Inicialmente, os casos de oropouche estavam restritos à região amazônica, mas, a partir de 2024, casos começaram a ser registrados em outras regiões do país. A ampliação da testagem, feita pelo Ministério da Saúde para todo o Brasil, contribuiu para essa detecção mais abrangente.
O perfil dos casos registrados neste ano apresenta uma distribuição equitativa entre os sexos, com 53,4% dos casos do sexo masculino. Em relação à faixa etária, as pessoas entre 20 e 49 anos concentram 69,8% dos casos. Além disso, foram registrados quatro casos em menores de um ano de idade: três no Espírito Santo e um no Rio de Janeiro. No ano passado, o Brasil registrou quatro casos de transmissão vertical do Orov com desfecho de óbito fetal, sendo três em Pernambuco e um no Ceará.
Em 2024, o Ministério da Saúde publicou cinco notas técnicas sobre oropouche. A primeira foi em fevereiro, abordando as orientações para a vigilância da febre de oropouche. Outras notas técnicas incluem recomendação para a intensificação da vigilância de transmissão vertical do vírus, orientações para notificação e investigação de casos suspeitos de oropouche em gestantes, anomalias congênitas ou óbitos fetais, roteiro de investigação entomológica e, em dezembro, a nota técnica mais recente, com orientações atualizadas para a vigilância do oropouche.
João Vitor Moura
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde