Consumidor brasileiro demonstra disposição em pagar mais por carne bovina sustentável
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Uma pesquisa inédita da Universidade da Flórida revelou que os consumidores brasileiros estão dispostos a pagar até 10% a mais por carne bovina sustentável, motivados por mensagens relacionadas à preservação da biodiversidade. Realizado pela jornalista brasileira Shenara Pantaleão Ramadan, o estudo analisou a percepção de 114 consumidores paulistanos sobre a pecuária na Região Amazônica, focando na produção de carne sustentável na Amazônia Legal e na forma como as informações sobre o impacto ambiental dos produtos são transmitidas ao público.
De acordo com a autora do estudo, a grande maioria dos consumidores brasileiros desconhece os esforços da indústria na produção de carne sustentável. Para entender o comportamento de compra, a pesquisa foi realizada em seis feiras urbanas de bairros nobres de São Paulo. Durante a pesquisa, foram apresentadas embalagens com mensagens diferentes, a fim de identificar quais informações estimulam mais a compra de carne bovina sustentável.
Entre os entrevistados, 72% indicaram que não sabem se o produto que consomem adota práticas ambientais responsáveis, mas recomendariam a compra de proteína bovina produzida de forma sustentável. Para a pesquisadora, isso demonstra o potencial de mercado para produtos de carne que adotam práticas sustentáveis. “Não só existe a intenção de pagar mais, mas também uma maior propensão a recomendar o produto a outros consumidores, o que pode ser um nicho a ser explorado pela indústria”, destacou.
O comportamento do consumidor e os valores que motivam a compra sustentável
A pesquisa também procurou entender as motivações por trás da escolha por carne bovina sustentável. A amostra foi classificada com base nos valores que impulsionam atitudes sustentáveis. O estudo mostrou que 63% dos entrevistados apresentaram características “altruístas”, preocupando-se com a conservação do meio ambiente para as gerações futuras. Outros 26% foram classificados como “biosféricos”, pois se importam com a preservação da natureza e da vida animal. Já 10% dos participantes demonstraram um foco no bem-estar pessoal, sendo classificados como “individualistas”.
Ao analisar a escolha dos consumidores, a pesquisa concluiu que 69% dos entrevistados priorizaram embalagens que destacavam mensagens de cuidado com o meio ambiente e a biodiversidade, independentemente do tipo de preocupação com o meio ambiente. Segundo a pesquisadora, quando a comunicação enfatiza os cuidados com os animais e as florestas, não há necessidade de segmentar a mensagem, pois todos os públicos tendem a se engajar com essa informação.
Shenara ressaltou que, tanto os consumidores altruístas quanto os individualistas, escolheram embalagens que reforçavam os cuidados com a vegetação e a vida animal. “Esse estudo pioneiro oferece uma base para futuras pesquisas, pois suas conclusões abrem novos campos de investigação”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio