Equipe do Ministério da Saúde chega ao Espírito Santo para desenvolver pesquisa sobre oropouche
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Uma equipe técnica de arboviroses do Ministério da Saúde, em parceira com Fiocruz, Embrapa, secretarias de saúde estadual e municipais do Espírito Santo, está no estado para avaliar a efetividade de moléculas inseticidas e repelentes sobre insetos do gênero Culicoides, vetores do oropouche.
A pesquisa vai possibilitar a realização de um levantamento de evidências sobre efetividade de ações de controle mecânico e químico; maior compreensão sobre o impacto das medidas de controle adotadas para Aedes sp. sobre as populações de Culicoides sp.. Além de oferecer subsídio para elaborações de recomendações de medidas de controle e de proteção para áreas com transmissão do vírus Orov.
O Espírito Santo é o estado com o maior número de casos de oropouche. Em 2025, da semana epidemiológica 1 até a 6, o estado registrou 4.317 casos. No ano passado, nesse mesmo período, o estado não registrou casos da doença. No Brasil, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses, até o momento, foram registrados 4.847 casos e nenhum óbito.
Ampliação da testagem
Uma das explicações para o aumento do número de casos e da circulação da doença – que até então era registrada apenas na região Norte do Brasil – foi a ampliação da testagem para todo o país. Em 2023, a Saúde identificou que muitos casos com sintomas compatíveis com dengue, Zika e chikungunya eram testados em laboratório e davam negativos para essas doenças. A partir de então, a pasta começou a testar esses casos para oropouche em todo país. Essa ação permitiu identificar casos autóctones da doença em outros estados brasileiros, ou seja, infecções adquiridas dentro do próprio estado.
Até o momento, não há evidências que subsidiem a adoção de medidas eficazes para o controle do Culicoides sp. Por enquanto, a pasta recomenda:
- Proteger áreas expostas do corpo com calças e camisas de mangas compridas, meias e sapatos fechados;
- Evitar, se possível, a exposição aos maruins. O vetor tem atividade durante o dia, mas os momentos de maior atividade são ao amanhecer e no final da tarde;
- Uso de telas de malha fina nas janelas ou mosquiteiros, com gramatura inferior a 1,5mm, que não permita a passagem do vetor;
- Não há, até o momento, comprovação da eficácia do uso de repelentes contra o maruim. Porém, sua utilização é recomendada, principalmente para proteção contra outros mosquitos, como, por exemplo, Culex spp (pernilongo), Aedes aegypti, etc;
- Até o momento, se desconhece a efetividade de inseticidas para controle do maruim, desta forma, a medida mais efetiva é o manejo ambiental, manter a área em torno da residência limpo e o solo livre do acúmulo de material orgânico, principalmente folhas e frutos de plantações como bananeiras, cacaueiros, cafezais, etc;
- As gestantes, se possível, não devem se ocupar da limpeza dos quintais ou de quaisquer outras atividades que apresentem risco de exposição ao vetor;
- Há demonstração da presença do Orov em urina e sêmen, mas ainda não está esclarecido o potencial de transmissão do vírus por esses meios. Assim, recomenda-se o uso de preservativos.
No final do ano passado a pasta publicou uma nota técnica com as atualizações das orientações para vigilância de oropouche no país
João Vitor Moura
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde