• 20 de fevereiro de 2025
#Agronegócio

Surto de viroses ameaça lavouras de tomate, e Embrapa aponta soluções para produtores

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Nos últimos três anos, o crescimento da população de mosca-branca nas principais regiões produtoras de tomate tem gerado preocupação entre agricultores, pesquisadores e técnicos do setor. O aumento da praga está associado a condições climáticas favoráveis, como altas temperaturas e baixa umidade, além de mudanças no regime de chuvas, como períodos de estiagem seguidos por precipitações intensas. Esses fatores dificultam o controle do inseto e elevam o risco de infestações.

“As viroses transmitidas pela mosca-branca foram um dos principais desafios fitossanitários do tomateiro há cerca de uma década e estavam sob controle. No entanto, desde 2021, observamos um aumento expressivo da praga, que migra de cultivos de soja em final de ciclo para as lavouras recém-plantadas de tomate”, explica Alice Nagata, pesquisadora da área de Virologia da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF).

A disseminação dessas viroses tem causado perdas significativas para os produtores em estados como Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Segundo Nagata, a proximidade entre lavouras de soja e tomateiros agrava o problema, como ocorre na região de Faxinal (PR), onde a produção em estufa é fortemente impactada. “As plantas de soja não apenas multiplicam as moscas-brancas, mas também podem hospedar vírus, intensificando a contaminação dos tomateiros”, alerta.

Identificação e medidas de controle

Amostras de tomateiros com sintomas de viroses, coletadas na região de Faxinal, foram analisadas pela equipe da Embrapa Hortaliças. Os resultados preliminares apontam para a presença de begomovírus e reforçam o papel da mosca-branca como principal vetor da doença. Diante desse cenário, Nagata enfatiza a importância da identificação precoce dos sintomas para um manejo eficaz. “Agricultores e extensionistas devem estar preparados para reconhecer os sinais das infecções e adotar estratégias de controle conforme as recomendações técnico-científicas”, afirma.

Uma das alternativas sugeridas pelos especialistas é o uso de cultivares com resistência parcial às viroses. Essas variedades podem ser infectadas, mas sem comprometer totalmente a produção. No entanto, como a incidência dessas doenças era baixa nos últimos anos, muitos produtores optaram por cultivares mais produtivas, sem resistência às viroses. Com o recente surto, há uma oferta limitada de sementes adaptadas ao novo cenário.

Sintomas e recomendações

A publicação “Guia para Identificação de Pragas do Tomateiro” traz informações detalhadas sobre as principais pragas da cultura, incluindo a mosca-branca. Segundo o documento, o inseto injeta toxinas ao sugar a seiva da planta, resultando em anomalias como amadurecimento irregular dos frutos, polpa descolorida e sem sabor (isoporização), além da formação de fumagina em folhas e frutos. Em infestações severas, pode haver murcha, morte de mudas e redução na floração, comprometendo a produtividade.

Para auxiliar os produtores, a Embrapa recomenda a adoção do manejo integrado de pragas, que combina diferentes medidas de controle, incluindo o uso de cultivares resistentes, monitoramento populacional da mosca-branca e técnicas de controle químico e biológico. As estratégias detalhadas estão disponíveis na publicação “Guia para o Reconhecimento e Manejo da Mosca-branca, da Geminivirose e da Crinivirose na Cultura do Tomateiro”.

Reunião técnica para atualização de profissionais

Diante da crescente ameaça das viroses associadas à mosca-branca, a pesquisadora Alice Nagata participará, na próxima quinta-feira (13), de uma reunião técnica organizada pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). O evento reunirá especialistas para discutir o panorama da cultura do tomate no estado e apresentar os resultados das análises de viroses na região de Faxinal. Também serão abordados temas como identificação de insetos vetores e aspectos regulatórios do programa de sanidade da cultura do tomate, com a participação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR).

A reunião tem como objetivo capacitar técnicos e produtores na adoção de medidas preventivas e de manejo para minimizar os impactos das viroses na produção de tomate, reforçando a importância do monitoramento e da integração de estratégias de controle.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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