• 20 de fevereiro de 2025
#Agronegócio

Cafés Robustas Amazônicos: Produtores Familiares Quadruplicam a Produtividade na Região Norte

Foto:

O cultivo de cafés Robustas Amazônicos, com variedades clonais e o uso de técnicas agrícolas adequadas, tem promovido um avanço expressivo na produtividade das lavouras familiares na Amazônia. Agricultores do Acre, Rondônia, Amazonas e Roraima, entre outros estados da região, registraram aumentos de até quatro vezes na produção, passando de 20 ou 30 sacas de 60 quilos por hectare para até 120 sacas. Esse resultado tem proporcionado maior rentabilidade e qualidade de vida para os produtores locais.

Os cafés Robustas Amazônicos, cultivados há décadas na região, têm ganhado destaque nos últimos anos. O modelo de cultivo começou em Rondônia e se espalhou por outros estados, com a substituição de cultivos seminais por variedades clonais. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Acre, Aureny Lunz, as variedades seminais, por apresentarem alta variabilidade genética, limitam a produção e tornam a cafeicultura menos competitiva. “As variedades clonais, por sua vez, além de garantirem maior produtividade, oferecem maturação uniforme, essencial para grãos de qualidade, e possibilitam um melhor planejamento da colheita”, explica a especialista.

Salto na Produtividade e Resultados Econômicos

Enrique Alves, pesquisador da Embrapa Rondônia, destaca que a cafeicultura na Amazônia evoluiu significativamente, passando de um modelo quase extrativista para uma produção mais tecnológica e sustentável. A produtividade nos estados do Acre e Rondônia, por exemplo, saltou de menos de 10 sacas por hectare para médias de 45 e 52 sacas, respectivamente. “Hoje, é comum encontrar propriedades com produtividades que variam de 120 a 150 sacas por hectare, com algumas superando as 200 sacas”, afirma Alves.

O agricultor Wanderlei de Lara, de Acrelândia, no Acre, relatou que, ao adotar os cafés clonais Robustas Amazônicos, a produtividade de sua lavoura subiu de 20 para 120 sacas por hectare. “Em 2024, a produção foi comercializada entre mil e mil e trezentos reais por saca”, conta. Esse avanço econômico possibilitou a modernização da propriedade e a melhoria das condições de vida da sua família.

Café como Negócio Familiar Rentável

Na região do Juruá, no Acre, o cultivo de café se fortaleceu com a criação da Coopercafé, uma cooperativa que reúne 92 produtores familiares e incentiva o uso de clones Robustas Amazônicos. Romualdo da Silva, agricultor de Mâncio Lima, destaca que, com o uso de variedades clonais e tecnologias de manejo, sua produção chegou a 120 sacas por 1,2 hectare. “Nosso café agora vai direto para o mercado local com um processo que vai do campo à xícara”, diz Silva, que transformou a atividade em um negócio familiar sustentável.

Michelma Lima, agrônoma da Secretaria de Agricultura do Acre (Seagri), observa que a cafeicultura é uma atividade em expansão no estado, com destaque para o uso de clones adaptados à região e assistência técnica, fatores que têm reduzido custos e elevado a eficiência produtiva.

Turismo Rural Sustentável

Em Cacoal, Rondônia, a família Bento, que mantém uma produtividade de 100 sacas por hectare, tem transformado sua propriedade em um polo de turismo rural sustentável. Ronaldo Bento, produtor local, explica que a qualidade superior de seu café, fruto de processos rigorosos de colheita e fermentação, atrai turistas de todo o mundo. “Recebemos cerca de dois mil turistas por mês e vendemos 200 quilos de café semanalmente”, destaca.

Café Indígena e Sustentabilidade

O cultivo de cafés Robustas Amazônicos também tem se expandido em terras indígenas, com destaque para o “Projeto Tribos”, apoiado pela Embrapa e promovido pelo Grupo 3 Corações. O projeto beneficia cerca de 150 famílias de oito etnias, proporcionando uma produção sustentável e de alta qualidade. Em Roraima, a produção do Café Uyonpa, cultivado na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, tem gerado uma renda significativa para a comunidade Kauwê, com a venda do produto para turistas e pela internet.

Aproveitamento de Áreas Degradadas

No Amazonas, o cultivo de cafés clonais tem se mostrado uma solução eficaz para a recuperação de áreas degradadas. O pesquisador da Embrapa, Edson Barcelos, explica que, com o uso de clones Robustas Amazônicos, produtores da região conseguiram transformar áreas alteradas em espaços produtivos, gerando renda e promovendo a conservação ambiental.

A cafeicultura clonal não apenas tem elevado a produtividade, mas também tem desempenhado um papel crucial na geração de renda, no fortalecimento da economia local e na preservação ambiental, consolidando-se como uma importante atividade para as famílias da Amazônia.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

Cafés Robustas Amazônicos: Produtores Familiares Quadruplicam a Produtividade na Região Norte

Deputado Nininho segue na presidência de duas

Cafés Robustas Amazônicos: Produtores Familiares Quadruplicam a Produtividade na Região Norte

Homem é encontrado decapitado e com as