Mercado de Trigo no Sul do Brasil Enfrenta Pressões de Oferta e Demanda
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O mercado de trigo nas regiões sulistas do Brasil continua a vivenciar um cenário de pressão, com variações de preços e dificuldades logísticas impactando o setor. No Paraná, os preços apresentaram uma leve alta de 0,33%, conforme dados do CEPEA. As cotações oscilaram entre R$ 1.390,00 e R$ 1.445,00 por tonelada, sendo que o preço mais recorrente ficou em R$ 1.450,00 CIF para entrega em março, com pagamento previsto para abril. Alguns negócios pontuais chegaram a R$ 1.400,00 FOB, uma estratégia de venda adotada por produtores que buscam liberar espaço para outras colheitas, como soja e milho. Entretanto, o aumento dos custos com frete e a instabilidade climática têm dificultado a movimentação do grão.
No Rio Grande do Sul, os moinhos avançam de forma gradual na cobertura de suas necessidades para abril, o que mantém a pressão sobre os preços. A disponibilidade de trigo é estimada em 1,15 milhão de toneladas, e, apesar da constância nos negócios, as altas não têm sido significativas devido à ausência de demanda externa. No mercado interno, os preços para embarque e pagamento no fim de março ficam em torno de R$ 1.300,00 por tonelada, com valores mais elevados, de R$ 1.350,00, para trigos de melhor qualidade. Já os vendedores variam entre R$ 1.300,00 e R$ 1.400,00, mantendo uma estabilidade relativa. As negociações de exportação permanecem alinhadas com as nomeações de navios, com o preço da pedra em Panambi sendo mantido em R$ 65,00 por saca.
Em Santa Catarina, a dinâmica de preços segue fortemente atrelada à movimentação do mercado de farinhas. As ofertas FOB variam entre R$ 1.300,00 e R$ 1.400,00 por tonelada, mas, devido ao frete e ICMS, os preços finais podem alcançar até R$ 1.600,00 no leste do estado. A procura por farelo de trigo caiu, o que resultou em uma pressão para a redução de preços, com o valor do produto ensacado sendo cotado em R$ 1.100,00. Em termos de preços pagos aos triticultores, estes se mantiveram estáveis pela quarta semana consecutiva, variando entre R$ 68,00 e R$ 74,33 por saca, com algumas cooperativas aguardando uma valorização futura.
A combinação de fatores como custos logísticos elevados, quedas na demanda por farelo e a expectativa de uma safra cheia de soja e milho continua a moldar o mercado de trigo na região Sul, mantendo o setor atento às possíveis mudanças nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio