Dólar abre em baixa com mercado avaliando novas tarifas de Trump
Foto:
O dólar iniciou o pregão desta sexta-feira (14) em queda, refletindo a reação dos mercados globais à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de implementar tarifas recíprocas sobre todas as importações que chegam ao país. A medida visa equiparar as taxas cobradas pelos EUA sobre produtos estrangeiros às tarifas impostas por outros países sobre produtos norte-americanos.
Embora as novas tarifas só entrem em vigor a partir de 1º de abril, investidores e economistas temem que a medida possa aumentar a pressão inflacionária nos Estados Unidos. Caso isso ocorra, o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, pode ser forçado a adotar uma postura mais conservadora em relação a cortes de juros, o que impactaria os mercados globais.
Cenário cambial e bolsa de valores
Por volta das 9h10, o dólar registrava queda de 0,16%, sendo cotado a R$ 5,7594. No dia anterior, a moeda teve uma leve alta de 0,10%, encerrando o pregão a R$ 5,7684. No acumulado, o dólar registra uma desvalorização de 0,42% na semana, 1,18% no mês e 6,66% no ano.
O Ibovespa, principal índice da B3, inicia suas operações às 10h. Na véspera, o indicador avançou 0,38%, atingindo 124.850 pontos. Com esse desempenho, acumula um ganho de 0,19% na semana, queda de 1,02% no mês e alta de 3,80% no ano.
Impactos das tarifas nos mercados globais
O mercado financeiro segue atento às repercussões da decisão de Trump. O memorando assinado pelo presidente norte-americano estabelece a adoção de tarifas recíprocas, sem especificar quais países serão diretamente afetados. Entre os exemplos citados pelo governo dos EUA está o etanol brasileiro.
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (AMCHAM) emitiu um comunicado destacando que a relação comercial entre Brasil e EUA é “equilibrada e benéfica” para ambas as nações e defendeu um diálogo entre os governos para evitar impactos negativos.
Além disso, Trump ameaçou impor tarifas de “no mínimo 100%” sobre o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), caso os países do bloco sigam adiante com a ideia de substituir o dólar em suas transações internacionais. Essas medidas elevam o alerta entre investidores, pois podem encarecer produtos importados nos EUA e influenciar a inflação global.
Reflexos no Brasil: dados do mercado de trabalho
No cenário interno, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novos dados sobre o mercado de trabalho, apontando que 14 estados brasileiros registraram, em 2024, a menor taxa anual de desemprego de suas séries históricas. A informação faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral.
Os estados com os menores índices de desemprego foram Mato Grosso (2,6%), Santa Catarina (2,9%) e Rondônia (3,3%). Por outro lado, Bahia e Pernambuco lideraram a lista das maiores taxas, ambas em 10,8%, seguidas pelo Distrito Federal (9,6%) e Rio de Janeiro (9,3%).
O IBGE já havia divulgado anteriormente que o Brasil encerrou 2023 com uma taxa média de desemprego de 6,6%, a menor desde o início da série histórica em 2012. O novo levantamento detalha os resultados por estado, reforçando a tendência de melhora no mercado de trabalho nacional.
Com informações da Reuters.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio