A expansão do agronegócio brasileiro nos últimos anos tem sido impulsionada por uma combinação de fatores, como inovações tecnológicas, crescimento da demanda global por alimentos e a ampliação do acesso a mecanismos financeiros, como o consórcio. De acordo com Thiago Savian, Diretor Comercial da Unifisa, a previsão de crescimento de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor em 2025 evidencia tanto os desafios quanto as oportunidades que exigem planejamento estratégico e inovação por parte dos agricultores.

O cenário econômico, marcado pela manutenção da taxa Selic em níveis elevados — com projeções em torno de 13,5% para 2025 — tende a encarecer os custos do crédito rural tradicional, dificultando o acesso de pequenos e médios produtores. Esse encarecimento impacta diretamente a competitividade do setor, especialmente para aqueles que dependem de linhas de crédito subsidiadas.

Nesse contexto, o consórcio surge como uma alternativa cada vez mais utilizada pelos produtores rurais. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), a modalidade movimenta mais de R$ 50 bilhões ao ano no Brasil, sendo que cerca de 20% desse volume é destinado ao agronegócio. A pesquisa também revela que o consórcio de máquinas e equipamentos representa cerca de 25% desse total.

Diferentemente dos financiamentos tradicionais, o consórcio oferece uma solução sem juros, com apenas uma pequena taxa de administração. Os prazos e valores das parcelas são definidos no momento da contratação e os créditos são reajustados anualmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), garantindo previsibilidade e segurança na compra.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que a modalidade tem sido cada vez mais adotada por pequenos e médios produtores, em razão da segurança e da baixa exposição aos riscos financeiros. Aproximadamente 35% dos produtores optam pelo consórcio no agronegócio para evitar a dependência de crédito bancário tradicional, mais restritivo.

Além de máquinas e equipamentos, o consórcio também permite a aquisição de tecnologias como os agrodrones, usados para mapear lavouras, monitorar pragas e aplicar insumos de forma precisa. Esses equipamentos tornam o agronegócio mais eficiente e sustentável, proporcionando vantagens significativas, principalmente considerando o alto custo dessas tecnologias. Nesse modelo, os produtores podem pagar em parcelas mensais, sem juros, até que o bem seja completamente adquirido.

Diante desse panorama, o consórcio se apresenta como uma solução viável e acessível para produtores rurais e empresários do agronegócio. Ele oferece vantagens tanto para o setor quanto para a economia brasileira como um todo. Assim, é fundamental que os profissionais do segmento compreendam as suas necessidades específicas e as particularidades dessa modalidade financeira, aproveitando ao máximo suas oportunidades para garantir resultados significativos para seus negócios.

Fonte: Portal do Agronegócio