• 20 de fevereiro de 2025
#Agronegócio #Redes

Brasil critica possível tarifa dos EUA sobre etanol e defende negociações para o setor sucroalcooleiro

Foto:

O ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, classificou como “irracional” uma possível imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre o etanol brasileiro. Segundo ele, historicamente, Brasil e EUA negociam conjuntamente o comércio de etanol e açúcar, e qualquer alteração unilateral nesse equilíbrio prejudicaria a relação comercial entre os dois países.

As declarações de Silveira foram feitas após o presidente norte-americano, Donald Trump, decidir encerrar tarifas reduzidas que vigoravam há décadas, elevando-as para patamares equiparáveis aos de outros parceiros comerciais. Em um comunicado, a Casa Branca citou a tarifa brasileira sobre o etanol como um exemplo de prática comercial desleal.

“A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%, enquanto o Brasil aplica um imposto de 18% sobre as exportações norte-americanas de etanol. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, mas exportaram apenas US$ 52 milhões para o mercado brasileiro”, destacou o informativo.

Silveira rebateu a posição do governo norte-americano e defendeu que, para que a medida seja justa e recíproca, os EUA também deveriam reduzir as barreiras de entrada do açúcar brasileiro no país.

“A decisão do presidente Trump é infundada, pois não inclui nenhuma medida para permitir um aumento das exportações de açúcar brasileiro para os EUA”, afirmou o ministro em nota.

Impactos comerciais e possibilidades de negociação

Embora a decisão de Trump não tenha efeito imediato, especialistas avaliam que ela pode resultar em tarifas mais elevadas para parceiros comerciais a partir de abril, impulsionando negociações com diversos países para reduzir barreiras tarifárias e comerciais. O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, sinalizou que vê possibilidade de dialogar com os EUA sobre o tema.

O Brasil, um dos maiores produtores de açúcar do mundo, registrou uma produção de aproximadamente 35 bilhões de litros de etanol em 2024, mas exportou menos de 6% desse volume. Desses, apenas 300 milhões de litros tiveram como destino os Estados Unidos, conforme dados do BTG Pactual. Em contrapartida, o Brasil importou 192 milhões de litros de etanol no mesmo período, sendo 109 milhões provenientes do mercado norte-americano. O levantamento também destacou que, enquanto os EUA produzem etanol a partir do milho, o Brasil tem predominância do etanol de cana-de-açúcar.

Na nota divulgada por Silveira, o ministro destacou que os EUA impõem uma tarifa de US$ 360 por tonelada sobre as importações de açúcar fora das cotas preferenciais, o que representa um imposto de 81,2% sobre o valor de mercado — significativamente superior à tarifa de 18% aplicada pelo Brasil ao etanol norte-americano.

Atualmente, a cota de importação de açúcar imposta pelos EUA ao Brasil é de 147.540 toneladas, o equivalente a apenas 0,4% do total exportado pelo país.

“Há anos o Brasil enfrenta dificuldades para exportar açúcar para os Estados Unidos, exceto em pequenas cotas, pois as tarifas aplicadas tornam inviável a comercialização”, afirmou Evandro Gussi, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), em entrevista à Reuters.

Por outro lado, a US Renewable Fuels Association, entidade do setor de biocombustíveis nos EUA, manifestou apoio à medida de Trump e agradeceu “o compromisso do presidente em restabelecer uma relação comercial justa e recíproca no mercado de etanol com o Brasil”.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

Brasil critica possível tarifa dos EUA sobre etanol e defende negociações para o setor sucroalcooleiro

Açúcar dispara nas bolsas internacionais impulsionado por

Brasil critica possível tarifa dos EUA sobre etanol e defende negociações para o setor sucroalcooleiro

Mercado do Café: Ajustes Técnicos na Bolsa