• 11 de fevereiro de 2025
#Saúde

Ribeirinhos comemoram reajuste para a Saúde da Família no Amazonas

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Na comunidade Nossa Senhora de Fátima, em Tarumã Mirim, depois da Ponta Negra, no Amazonas, a professora aposentada Raimunda Benedita Vieira Tavares, 64 anos, conhece bem os desafios de acesso à saúde enfrentados pelos ribeirinhos. “A Unidade Básica de Saúde (UBS) aqui da comunidade é a única assistência que temos. Se não fosse ela, estaríamos praticamente isolados”, conta. A dificuldade se agrava em períodos de seca, quando muitas comunidades ficam intransitáveis, dificultando o deslocamento até Manaus para casos mais urgentes. 

A realidade vivida por Raimunda e tantos outros ribeirinhos pode começar a mudar com o anúncio feito na quarta-feira (5) pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, em Manaus. Durante a abertura do “Encontro Nacional da Estratégia Saúde da Família Ribeirinha: nos caminhos das águas o SUS se fortalece”, a ministra confirmou um reajuste de 30% no financiamento das Equipes de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR), medida que fortalece o atendimento primário nas áreas mais remotas da Amazônia. Além disso, o investimento permitirá a ampliação do número de equipes de atendimento e melhorias na infraestrutura das unidades de saúde que atendem as populações ribeirinhas. 

Dona Raimunda, mãe e avó, celebra o anúncio e espera que os serviços se tornem realidade. “A iniciativa da ministra é maravilhosa, uma atitude louvável. Agora, torcemos para que tudo isso se concretize na prática e realmente beneficie as comunidades”, afirmou. 

Ela explica que, para realizar exames mais especializados, ainda precisa percorrer um longo trajeto: primeiro, uma viagem de lancha até Manaus, atravessando o Rio Negro em cerca de 30 minutos, ao custo de R$ 12. Em seguida, encara mais 1 hora de deslocamento de ônibus até finalmente chegar ao local de atendimento. 

Para Raimunda, os profissionais da UBS local são competentes e comprometidos com os pacientes. Diante das dificuldades de locomoção típicas da região, as equipes de saúde não medem esforços para atender quem mais precisa. Idosos e pessoas com mobilidade reduzida, por exemplo, recebem assistência em casa, com os profissionais se deslocando de triciclo para garantir que os atendimentos básicos cheguem a todos, mesmo nas áreas mais isoladas da comunidade. 

Mais recursos e ampliação do atendimento 

O aumento no repasse anunciado pela ministra faz parte de um conjunto de investimentos que mais que dobrou o orçamento para a saúde ribeirinha nos últimos dois anos. Em 2022, o financiamento dessas equipes era de R$ 80,5 milhões, chegando a R$ 168,1 milhões em 2024. Para 2025, a previsão é ainda maior: R$ 288 milhões. 

Com esse reforço, o Ministério da Saúde pretende expandir o número de equipes ribeirinhas, passando das atuais 310 para 340 até o final do próximo ano. Além disso, estão previstos aumentos nos incentivos para os profissionais de saúde, melhoria da infraestrutura das unidades e mais recursos para transporte fluvial e terrestre. 

“O fortalecimento do SUS na Amazônia é prioridade para o governo federal. Esse reajuste garante melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde e amplia o alcance do atendimento a quem mais precisa”, destacou a ministra Nísia Trindade. 

raimunda ribeirinha
Para Raimunda, os profissionais da UBS local são competentes e comprometidos com os pacientes (Foto: arquivo pessoal)

Unidade Básica de Saúde Fluvial 

A Unidade Básica de Saúde Ribeirinha da Comunidade Nossa Senhora de Fátima realiza mais de 500 atendimentos mensais à população local, entre assistência médica, com enfermeiros e cirurgiões-dentistas. São mais de 30 profissionais dedicados às 625 famílias e 2,4 mil pessoas diretamente acompanhadas pela estratégia Saúde da Família da unidade.

A Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) também acompanha rotineiramente 820 famílias e 2,6 mil pessoas da região por meio da atenção básica. A UBSF possui laboratório para realizar e entregar exames em cada viagem. Cerca de 800 pessoas circulam em cada viagem na unidade, garantindo acompanhamento de saúde.

Edjalma Borges
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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