O evento “Masterclass Arboviroses”, promovido na sexta-feira (7) pela Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro (Sierj) e transmitido ao vivo pelo YouTube, reuniu especialistas e autoridades para discutir estratégias de controle das arboviroses no Brasil, com foco na dengue, Zika e chikungunya. Durante o encontro, representantes do Ministério da Saúde detalharam as ações e planos para o enfrentamento dessas doenças, enfatizando a importância da mobilização nacional e da colaboração entre diferentes esferas de governo. 

O secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA), Rivaldo Cunha, apresentou o Plano de Ação para Redução da Dengue e Outras Arboviroses 2024/2025. O secretário destacou que o principal objetivo da pasta é a redução dos casos graves e óbitos causados por essas doenças. “Estamos criando um movimento nacional para enfrentar as arboviroses, envolvendo diversos ministérios, estados, municípios e a sociedade civil. O nosso objetivo é reduzir drasticamente o número de casos graves e, consequentemente, o número de óbitos”, afirmou. Rivaldo também ressaltou a importância de um monitoramento constante dos sorotipos do vírus em circulação, com foco especial no sorotipo 3 da dengue, que retornou ao Brasil após mais de 15 anos de ausência. “O sorotipo 3, que tem causado surtos no interior de São Paulo, exige uma vigilância redobrada”, alertou. 

Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis da SVSA, reforçou a importância da articulação entre os diferentes níveis de governo. “A união entre os municípios, os estados e o Governo Federal é fundamental para o sucesso do combate às arboviroses. A implementação das políticas públicas precisa ser coordenada e adaptada às realidades locais”, afirmou. A diretora também explicou que o Ministério da Saúde tem trabalhado junto aos estados e municípios para garantir que as ações de combate ao mosquito sejam eficazes em todo o país. “Cada região tem suas especificidades, e é essencial que as ações de combate sejam direcionadas de acordo com a realidade local, com o apoio de todos os envolvidos”, destacou. 

Já a coordenadora da Coordenação-Geral de Arboviroses da SVSA, Lívia Vinhal, abordou a importância da prevenção no enfrentamento das arboviroses. A coordenadora enfatizou que, além das ações do poder público, a participação ativa da população é crucial. “Estamos incentivando a mobilização da sociedade para o controle do mosquito Aedes aegypti, com ações simples como os dez minutos semanais para eliminar focos de reprodução do mosquito. A adesão da população é fundamental para o sucesso das nossas estratégias”, explicou. A coordenadora também destacou as campanhas de vacinação contra a dengue, destacando a necessidade de aumentar a adesão à segunda dose da vacina, que ainda é baixa no Brasil. “A vacina é uma ferramenta essencial na prevenção, e estamos fazendo um esforço contínuo para aumentar a cobertura vacinal”, completou. 

Esforço conjunto 

O evento também abordou o papel da sociedade civil e das instituições de ensino na mobilização contra as arboviroses. Rivaldo Venâncio da Cunha mencionou que a colaboração com universidades, conselhos profissionais e organizações comunitárias tem sido essencial para a ampliação das ações de combate. “Estamos envolvendo diversos atores sociais e instituições, como as universidades, para fortalecer as nossas estratégias e ampliar o alcance das nossas ações”, disse. 

Segundo o secretário adjunto, existem desafios a serem superados. A necessidade de integração entre os diferentes setores da sociedade e a contínua vigilância são aspectos fundamentais para o controle das arboviroses no Brasil. “É um trabalho que exige o esforço conjunto de todos, desde os governos até a população. Só assim conseguiremos reduzir os impactos dessas doenças e proteger a saúde pública”, concluiu. 

Assista à transmissão 

João Moraes
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde