Polícia Militar impede execução ordenada por facção criminosa em Rondonópolis
Na tarde deste domingo (3), a Polícia Militar frustrou uma tentativa de execução ordenada por uma facção criminosa na região das Chácaras Paraíso, em Rondonópolis. A vítima, um homem com extenso histórico criminal, foi espancada pelos faccionados durante um “salve” — termo usado para descrever uma punição imposta pelo chamado “tribunal do crime”. Os militares apreenderam um veículo utilizado pelos criminosos e iniciaram buscas para identificar os agressores, que conseguiram fugir do local.
De acordo com informações repassadas à polícia, uma denúncia anônima recebida via Ciosp alertou sobre quatro indivíduos que espancavam um homem em uma área de chácaras próxima ao Rio Vermelho. Os suspeitos chegaram ao local em um Fiat Palio antigo. Ao chegarem, os policiais encontraram o carro com as portas abertas e, cerca de 150 metros adiante, localizaram a vítima, que apresentava uma lesão no olho esquerdo.
A vítima relatou aos militares que foi sequestrada e levada ao local pelos criminosos, que se identificaram como membros de uma facção. Eles justificaram o ataque afirmando que o homem não seguia as regras da organização e, por isso, deveria ser julgado pelo “tribunal do crime”. Durante o espancamento, um dos suspeitos, conhecido como “Gasosa”, mantinha contato por viva-voz com um terceiro, aguardando autorização para executar a vítima. A intervenção da polícia, no entanto, impediu que o crime fosse consumado.
Apesar de ter sido resgatada, a vítima não conseguiu fornecer detalhes precisos sobre os agressores, informando apenas que um deles usava tornozeleira eletrônica. Após o resgate, os policiais realizaram buscas em imóveis abandonados e seguiram rastros encontrados à beira do rio, mas não localizaram os suspeitos.
O veículo apreendido, um Fiat Palio, apresentava restrição judicial e adulteração na identificação. Originalmente licenciado no Paraná, o carro foi levado à 1ª Delegacia de Polícia, junto com a chave de ignição, para auxiliar nas investigações.
A Polícia Civil assumiu o caso e trabalha para identificar os envolvidos no crime. A ação rápida da Polícia Militar evitou uma possível execução, mas o episódio reforça a atuação de facções criminosas na região e os métodos violentos utilizados para impor suas regras. A investigação segue em andamento.