• 5 de fevereiro de 2025
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Ministério da Saúde anuncia ampliação do método Wolbachia em Santa Catarina

O Ministério da Saúde anunciou a ampliação do Método Wolbachia em Santa Catarina, com destaque para a região Norte do Estado, aumentando a cobertura na cidade de Joinville e a possibilidade de seguimento da metodologia para duas novas cidades: Blumenau e Balneário Camboriú. O anúncio foi feito na tarde dessa segunda-feira (3), na Prefeitura de Joinville, após uma reunião envolvendo técnicos do ministério, Fiocruz e o World Mosquito Program (WMP). 

Durante a manhã, o secretário-adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Rivaldo da Cunha, foi recebido pela prefeita em exercício, Rejane Gambin, para uma reunião de avaliação da metodologia, implementada em 2024 na cidade. Também participaram do encontro, o secretário da Saúde de Joinville, Rodrigo Andrioli; Aline Rapello, do Ministério da Saúde; e Diogo Chalegre, Líder de Relações Institucionais e Governamentais do WMP Brasil/Fiocruz. Posteriormente, a comitiva visitou a Biofábrica do Método Wolbachia, onde conferiram as instalações e a produção local. 

Com a instalação da biofábrica, em 2024, Joinville passou a contar com uma das estruturas mais modernas do Brasil, com equipamentos de ponta que auxiliam na produção necessária para atender a demanda, desde a criação até a soltura dos mosquitos ao longo de 22 semanas. A cada semana são soltos, em média, 3,5 milhões de Wolbitos. Todo o trabalho é acompanhado por uma equipe da Prefeitura de Joinville, que foi treinada, e pelos técnicos do WMP e da Fiocruz. 

“Essa instalação é um reconhecimento ao profissionalismo, à competência e ao envolvimento de toda a administração de Joinville nesse período, na utilização do Método Wolbachia. Nós gostaríamos, em nome da ministra Nísia Trindade, de agradecer todo o profissionalismo e dedicação com que vocês receberam e aplicaram esta tecnologia, e agora aceitaram contribuir com a aplicação em outras localidades, não somente de Santa Catarina, como de outros estados do Brasil. Joinville é, sem dúvidas, um grande exemplo na utilização do método no Brasil”, declarou o secretário-adjunto da SVSA. 

De acordo com a prefeita em exercício, a escolha dos bairros para a fase 2 será baseada em um mapa de calor. “Identificamos quais são os bairros com maior número de casos e, a partir dessa análise, iniciamos a seleção. No total, serão 32 bairros, mas, antes disso, faremos toda a sensibilização local”, disse. 

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Foto: Rogério da Silva/Prefeitura de Joinville-SC

Cobertura regional 

No período da tarde, os técnicos do ministério, WMP e Fiocruz receberam em Joinville representantes dos municípios de Blumenau e Balneário Camboriú, que também devem ser contemplados com o Método Wolbachia dentro das próximas semanas. A produção dos Wolbitos, para essas duas cidades, deve ocorrer por meio da Biofábrica de Joinville. 

De acordo com Rejane Gambim, é importante um trabalho de sensibilização junto aos Conselhos Locais de Saúde e com os moradores de cada região. “O envolvimento da comunidade é primordial. Neste sentido, também é preciso oferecer informações claras para que todas as pessoas estejam confiantes e engajadas com a iniciativa, desde os gestores executivos, equipes e a sociedade em geral”, disse. 

Entenda o método 

A Wolbachia é uma bactéria encontrada em cerca de 60% dos insetos, incluindo alguns tipos de mosquitos, mas não ocorre naturalmente no Aedes aegypti. Quando introduzida nesse mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya se desenvolvam, contribuindo para a redução dessas doenças. 

O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia, que se reproduzem com os mosquitos locais, formando gradualmente uma nova “população”, todos portadores da bactéria. Com o tempo, a proporção de mosquitos que carregam o microrganismo aumenta até atingir um nível estável, eliminando a necessidade de novas liberações. Esse efeito torna o método autossustentável e viável a longo prazo.  

Os Wolbitos, como são chamados os mosquitos infectados pela bactéria, não são organismos transgênicos e, portanto, não sofrem modificação genética, além de não transmitirem doenças. A Wolbachia não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos.  

Fabiana Aparecida
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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